A revolução do hospital digital

A tecnologia será cada vez mais aliada da prática médica, evitando eventos adversos e promovendo a medicina baseada em evidências. Confira a entrevista do diretor geral da MV, Luciano Regus, concedida ao Saúde Business, sobre a importância do conceito de hospital digital e as vantagens conquistadas com a sua implantação.

A revolução do hospital digital

1. Por que um hospital deveria se tornar digital?

Luciano Regus: Porque o hospital digital vai na direção de criar um ambiente mais controlado pela TI, para aumentar a segurança do paciente. Aspectos importantes do atendimento passam a ter um uso mais intensivo da tecnologia, visando eventos adversos e situações de risco, como dosagens, horários e medicamentos errados.

Nos Estados Unidos, a HIMSS (Healthcare Information Management Systems Society — Sociedade de Sistemas de Informação e Gestão em Saúde) criou uma certificação internacional para isso, a EMRAM (Electronical Medical Record Adoption Model — Modelo de Adoção do Registro Médico Eletrônico). É também uma estratégia complementar às acreditações, com grande ênfase em automação e foco em aumento da produtividade.

 

2. Como sair de um hospital analógico para um digital?

Luciano Regus: O primeiro passo envolve criar, no hospital, uma cultura de integração dos serviços, para a instituição percorrer o caminho de ampliar o controle de medicamentos ministrados ao paciente, do pedido à avaliação farmacêutica, para chegar na beira do leito e ter a dispensação controlada por dispositivo móvel. Depois, vem a adoção de protocolos de apoio à decisão médica. Geralmente, o médico prescreve, mas o sistema dá poucos alertas para riscos de eventos adversos. Essa camada nova sugerirá determinadas condutas, com medicina baseada em evidências.

A migração de um hospital analógico para digital começa com uma unidade hospitalar, como a UTI, por exemplo, e gradualmente alcança o hospital inteiro. A instituição, gradualmente, cria processos e supera desafios culturais, como um de séculos, trabalhar com papel. Já houve uma evolução para o computador, mas agora é preciso aprender a não imprimir mais e buscar tudo em meio eletrônico. Dessa forma, é possível usar melhor a estrutura e aumentar a produtividade.

 

3. Como esse investimento se paga?

Luciano Regus: Os retornos se dão em diversas áreas, com enfoque especial na qualidade. Na área de medicamentos, a digitalização gera uma economia importante na farmácia, porque se evitam tratamentos dispendiosos e, por vezes, desnecessários. O paciente também tem uma experiência melhor e se sente mais seguro, porque tudo é checado por códigos de barras.

Já para o médico, o benefício está nos alertas que evitem que ele erre, que sugiram protocolos e apoiem sua decisão. Esses controles em todas as áreas resultam ainda em aumento do faturamento, porque mais itens são gerados e a conta é fechada mais rapidamente. Além disso, os ganhos do hospital digital se refletem no tempo de internação e capacidade de monitorar eventos que antecipem situações de risco para o paciente. Assim, evita-se o custo do erro.

 

4. Quais são as principais tendências quando se fala em hospital digital?

Luciano Regus: O próprio hospital digital já é uma nova tendência e deve ser expandir, assim como impulsionar várias tecnologias embarcadas nele, como a interface entre sistemas e equipamentos médicos, eliminação do papel, integração das imagens médicas com o Prontuário Eletrônico do Paciente, avaliação e dupla checagem farmacêutica e a verificação dos 5 Certos na beira do leito (data, hora, paciente, via e dose). Aliar segurança e produtividade é muito estratégico, por isso esse assunto será pauta nos hospitais.

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