Como humanizar a medicina diagnóstica com RIS e PACS

Sistemas integrados otimizam aspectos que vão do agendamento ao exame em si, trazendo conforto ao paciente, agilidade na elaboração do laudo e qualidade assistencial como um todo

Como humanizar a medicina diagnóstica com RIS e PACS

Exames de imagem auxiliam na identificação de inúmeras doenças e são um dos principais aliados na tomada de decisão do médico. Mas, além de serem considerados incômodos em alguns casos, expõem desnecessariamente à radiação quando utilizados indevidamente. Nesse contexto, a adoção de RIS e PACS no centro de medicina diagnóstica favorece o atendimento humanizado, com foco no bem-estar do paciente. 

O banco de dados do Sistema de Informação em Radiologia (Radiology Information System, o RIS), quando integrado ao Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Picture Archiving and Communication System, o PACS), principal solução de armazenamento de imagens disponível em medicina diagnóstica, possibilita um registro único, transformando todas as etapas da jornada do paciente na instituição. Para Marcos Duchene, radiologista do Hospital Albert Sabin, os sistemas RIS e PACS combinados agem como aliados numa estratégia de humanização.

“A inovação na Saúde deve ser sempre uma busca constante pela excelência do atendimento global ao paciente envolvendo os profissionais, pacientes e também familiares em atitudes cotidianas aliadas ao progresso tecnológico.”

As mudanças proporcionadas por essa estratégia começam ainda no agendamento online. Um sistema de marcação otimiza o tempo de colaboradores e pacientes, melhorando o relacionamento com o cliente e interferindo positivamente na organização das rotinas do centro de medicina diagnóstica. A ferramenta funciona 24 horas, sete dias por semana, o que permite ao cliente agendar seus procedimentos no melhor horário, conforme sua disponibilidade. Ela pode, ainda, ser integrada ao sistema RIS e PACS, o que agiliza e, consequentemente, humaniza a próxima etapa da jornada do paciente na instituição: a recepção. 

Nessa fase, a tecnologia automatiza processos e facilita o acesso ao prontuário do paciente, o que permite que os profissionais desse departamento se concentrem nas atividades que realmente importam: recepcionar bem o indivíduo e seus familiares, tirar suas dúvidas, priorizar o olho no olho. 

A etapa seguinte consiste no exame propriamente dito. Para Duchene, o desconforto das mamografias ou a sensação de claustrofobia das tomografias e ressonâncias magnéticas, por exemplo, podem ser minimizado com um atendimento ágil e empático.

“Esses procedimentos são fundamentais no diagnóstico de muitas doenças e, por isso mesmo, as organizações de Saúde devem se preocupar com o conforto do paciente em realizá-los. E isso significa pensar em alta performance, qualidade do laudo e, também, nas consequências para cada indivíduo, como, por exemplo, com a quantidade de irradiação.” 

Nesse sentido, o avanço da tecnologia possibilita equipamentos que proporcionam imagens mais nítidas, com menor exposição à radiação. Um exemplo é o uso de inteligência artificial, capaz de realizar complementos em locais nos quais o feixe de raio não alcança, criando uma imagem virtual para compensar e reduzir o tempo que o paciente fica exposto à radiação. Além disso, o sistema PACS permite que os dados sejam cruzados e as imagens manipuladas mesmo a partir de acesso remoto.

A integração RIS e PACS consolida essa base, criando um registro de acesso universal para que radiologistas possam consultar dados sem ter de sair de um sistema e ingressar em outro. Isso agiliza o atendimento e torna o diagnóstico mais assertivo — fatores que também devem ser considerados como metas de uma boa estratégia de humanização na medicina diagnóstica.

 

Inteligência artificial

Duchene acredita que a preocupação com a humanização nos exames de imagem se torna ainda mais latente com o avanço da inteligência artificial. Simultaneamente, onde a tecnologia embarcada no PACS traz ganhos ao permitir, por exemplo, a comparação da imagem com bases de conhecimento, ou ainda na triagem de casos urgentes, é preciso considerar seus limites éticos. 

"Por conta dessas preocupações, em 2018 — foi promulgada a Declaração de Montreal pela IA Responsável, que abrange aspectos como bem-estar, autonomia, intimidade e vida privada, solidariedade, participação democrática, equidade, diversidade prudência, responsabilidade e desenvolvimento sustentável no uso da tecnologia", explica Duchene. 

Portanto, a garantia de uma assistência humanizada na medicina diagnóstica se beneficia, sim, do uso de RIS e PACS, mas é preciso, ainda, considerar aspectos que envolvem os colaboradores, os pacientes e, também, seus familiares, criando uma cultura organizacional com foco na humanização. Caso contrário, corre-se o risco de que "a tecnologia supere nossa humanidade", como preconizou em 1934 o físico Albert Einstein.

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