Por que adotar padrões de eficiência qualitativos e quantitativos na gestão em Saúde

Para garantir a qualidade da assistência ao paciente, é preciso estipular uma estratégia com indicadores mistos, que permitam o acompanhamento das ações

Por que adotar padrões de eficiência qualitativos e quantitativos na gestão em Saúde

Adotar padrões de eficiência pode auxiliar — e muito — a gestão em Saúde a alcançar os níveis de excelência exigidos no cuidado com pacientes. Para chegar ao equilíbrio requerido, indica-se o uso de modelos mistos de acompanhamento: de um lado incluem-se padrões que mensuram a qualidade dos serviços prestados, de outro os padrões quantitativos.

Segundo Ravenna Honorato, enfermeira da qualidade do Hospital Albert Sabin de São Paulo (HAS), ambos os padrões de eficiência são importantes e, por vezes, complementares — por isso a recomendação de inseri-los em uma mesma estratégia, especialmente quando a principal meta é a entrega de qualidade na assistência.

"Os padrões são indicadores qualitativos e quantitativos utilizados para realizar mensurações de objetivos estabelecidos e, consequentemente, gerenciamento da unidade de Saúde", explica.

Os indicadores quantitativos, ainda segundo Ravenna, são aqueles usados pela gestão em Saúde para trazer uma medição objetiva.

"São dados numéricos e/ou números expressivos. Usualmente esses indicadores são utilizados para mensurar esforços e resultados", aponta.

Já os qualitativos são aqueles usados para medir impacto de resultados, "para entender o contexto o qual, por meio da mensuração de um indicador quantitativo, não é possível ser mensurado ou ele é insuficiente", completa a especialista.

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Não há um cenário específico de aplicação de um ou outro padrão de medição. Dessa forma, ambos os indicadores podem ser usados pela gestão de Saúde nas mais diversas áreas de uma instituição, seja ela administrativa ou no cuidado ao paciente propriamente dito.

"Os indicadores mapeados possuem uma grande importância para o gerenciamento, tanto nos níveis estratégicos como nos táticos e operacionais. Eles são `termômetros` que irão direcionar o gestor na tomada de decisão frente aos resultados mensurados", pontua.

Ravenna ressalta, no entanto, que há áreas em que o uso de um único padrão é predominante: no setor de finanças, por exemplo, é mais comum o uso de indicadores quantitativos como "Ebitda", "custo fixo" e "custo variável".

"Já nas áreas assistenciais, onde é importante para a gestão em Saúde mensurar o impacto das ações, os indicadores de desempenho de caráter qualitativo são usualmente utilizados", diz Ravenna, dando como exemplo de padrões os itens "adesão ao protocolo" e "plano terapêutico".

 

Definindo padrões

Para que a gestão em Saúde possa construir um bom planejamento, que contenha padrões quantitativos e qualitativos, deve, primeiramente, alinhá-los ao planejamento anual da instituição. Isso pelo intuito de estipular métricas para acompanhamento no curto, médio e longo prazos e, assim, acompanhar periodicamente a evolução — ou até mesmo a involução — de fatores críticos, assegurando a qualidade das entregas. Dessa forma, mesmo que a avaliação mostre um desvio, é possível identificar onde há a queda na qualidade e, a partir daí, traçar uma reformulação de ações que corrijam a rota.

 

  1. Para começar o mapeamento de indicadores, Ravenna indica seus passos essenciais:
  2. Definir missão, visão, valores e o negócio da instituição;
  3. Definir o objetivo da empresa;
  4. Mapear as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades, utilizando a matriz SWOT como ferramenta;
  5. Utilizar uma metodologia de gestão e medição de desempenho, como, por exemplo o Balanced Scorecard (BSC);
  6. Definir objetivos estratégicos para cada perspectiva do BSC;
  7. Por fim, definir os indicadores (quantitativos e/ou qualitativos) que irão mensurar os resultados dos objetivos estratégicos previamente definidos.

Vale ressaltar que a gestão de Saúde com foco na qualidade assistencial funciona tal qual um organismo vivo. Por isso, os indicadores devem ser vistos e revistos regularmente, se adaptando conforme necessidade do negócio e objetivos estratégicos traçados. Para garantir que os padrões estejam sempre alinhados à gestão da instituição, é necessário verificar se o indicador consegue, de fato, mensurar o resultado do objetivo definido, afirma Ravenna.

"Caso o indicador escolhido não reflita o desempenho do objetivo, é necessário utilizar outra métrica para tal", completa.

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