Tudo sobre saúde pública e os níveis de poder de gerenciamento

Você pode até não se lembrar, mas, antes do SUS, só tinha direito à saúde pública quem contribuía para a Previdência Social.

Tudo sobre saúde pública e os níveis de poder de gerenciamento

Tal regra tornava os serviços restritos a apenas 30 milhões de brasileiros. Na época, a assistência médico-hospitalar integral só era fornecida a moradores de rua e para o tratamento de pouquíssimas doenças. Assim, quem não se encaixava nos critérios, não possuía registro em carteira e muito menos contava com recursos para custear um tratamento em um hospital privado, acabava ficando à mercê da sorte. Nas últimas décadas, entretanto, tudo sobre saúde pública foi replanejado.

Com a Constituição de 1988 (também chamada de Constituição Cidadã) e a Lei Federal 8.080, de 1990, a saúde pública foi constituída pelos princípios basilares da integralidade, gratuidade e universalidade. A atenção integral foi direito de todos, sem qualquer tipo de discriminação. Políticas de atenção primária foram aprimoradas, a vigilância sanitária ganhou importância e a descentralização e municipalização delegou a todos os níveis de poder de gerenciamento (municipal, estadual e federal) a tarefa de levar os serviços de saúde a todos os brasileiros. Até parcerias com a rede privada foram permitidas.

Hoje, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a rede de saúde pública é composta por mais de 6 mil hospitais credenciados (entre públicos, privados e filantrópicos) e quase 40 mil Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Mas por mais que pareça muito, a maioria esmagadora das cidades brasileiras ainda não conta com leitos de UTI neonatal, por exemplo.

Apesar de a rede privada atender a quase 50 milhões de cidadãos, outros 160 milhões de pessoas não dispõe de condições financeiras para arcar com um plano de saúde. É o SUS, portanto, que realiza 75% dos procedimentos de alta complexidade no país. Esses detalhes destacam a importância social em desenvolver uma sistemática de gestão de saúde pública verdadeiramente eficiente.

 

Gestão eficiente da saúde pública

A ideia de oferecer serviços de saúde de forma totalmente gratuita em todos os níveis de atenção é excelente. Entretanto, de 1988 para cá, os desafios em materializar essa missão se tornaram imensos. De acordo com dados do Banco Mundial, a população brasileira cresceu 43% e a expectativa de vida, que em 1990 girava em torno dos 66 anos, hoje beira os 75.

Para aprofundar as dificuldades de gestão, a prestação de saúde de qualidade no novo milênio está diretamente atrelada ao investimento maciço em novas tecnologias, como Business Intelligence, Big Data, Analytics, telemedicina, equipamentos digitais de alta precisão e assim por diante. Isso sem mencionar as dificuldades de arrecadação, oriundas de uma crise econômica que castiga os entes federativos e a União. Nem é preciso lembrar que o resultado dessa conta é o colapso da saúde pública em todos os seus níveis de gerenciamento.

 

Gastos em saúde por habitante

Como tratar um cidadão com menos de R$ 4,00? É esse um dos maiores dilemas de muitos gestores públicos que precisam aprimorar ao máximo suas habilidades de gerenciamento de recursos escassos para conseguir oferecer aos usuários do serviço um nível mínimo de atenção básica, atendimento emergencial e qualidade de vida.

Sabia que os gastos do Brasil com saúde são inferiores à média mundial, não é mesmo? Atualmente, o país despende cerca de 8% do PIB no setor, enquanto em alguns países da Europa, esse percentual chega a 13%.

 

Dificuldades na oferta de saúde

O alto custo de se organizar uma rede de saúde de ponta, os problemas das transferências de recursos da União para os estados e dali para os municípios, além das dívidas crescentes desses entes com a União ajudam a profundar os problemas em âmbito local. Segundo uma pesquisa do IBGE feita em 2015, 52,9% dos cidadãos precisam fazer exames da atenção básica em cidades vizinhas.

No que se refere às internações, 59,9% dos municípios precisaram enviar usuários do serviço para outra cidade no ano anterior. Falta de infraestrutura, servidores pouco preparados para o atendimento, gestores locais de baixa capacitação (escolhidos somente por critérios políticos) e ausência de soluções de TI em saúde para reduzir custos, tudo isso contribui para compor esse cenário nada favorável.

 

Possibilidade de mudanças

Mas por onde começar a transformar esse contexto?

“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim” -  Chico Xavier

Esta citação cabe perfeitamente no assunto. De fato, os obstáculos são imensos, os recursos são escassos e a falta de médicos e servidores capacitados dificulta a vitória sobre o desafio da saúde pública de excelência. Mas é possível, sim, provê-la por meio de algumas reformulações estruturais básicas.

 

Implementação de um sistema de gestão

Para evitar desperdícios, dar mais velocidade e assertividade aos atendimentos, desonerar os servidores com tarefas meramente burocráticas e melhorar a comunicação e o planejamento da rede de saúde do município, é preciso ter controles fortalecidos por meio da centralização de informações. Isso não quer dizer que os dados devem ficar a serviço de poucas pessoas. Muito pelo contrário, um sistema integrado de gestão consegue disponibilizar as mesmas informações a todas as unidades de saúde, mostrando quaisquer alterações em tempo real.

Com uma nova forma de prover recursos de TI, onde os softwares são contratados por licença, com valores escaláveis a depender dos módulos utilizados, torna-se possível ter acesso ao que há de melhor em tecnologia em saúde com baixo custo. É aí que entra o Software como Serviço (SaaS). Acredite, o investimento é baixo, mas os resultados são robustos:

  • Integração dos processos de toda a rede de atenção à saúde;
  • Redução do tempo de espera para marcação de consultas e exames, melhorando assim a cobertura do serviço e a atenção aos cidadãos;
  • Aumento no índice de satisfação da população com os serviços prestados;
  • Melhora na acessibilidade dos usuários aos medicamentos;
  • Redução de desperdícios de insumos e medicamentos, por meio de gestão de estoque e de compras no timing exato das necessidades;
  • Redução do tempo de espera dos cidadãos por medicamentos;
  • Garantia de maior controle, com uma visão mais completa sobre as condições clínicas de cada cidadão atendido na rede, facilitando diagnósticos e reduzindo erros médicos.

 

Investimento na gestão de pessoas

Avaliação de desempenho 360º, gratificação por produtividade, metas a serem discutidas em conjunto com os servidores e concessão de prêmios às melhores sugestões de mudanças nos processos internos de cada unidade, são algumas das ações direcionadas às equipes para promover um maior engajamento e motivação das pessoas, é preciso enxergar os colaboradores como parte da equipe e não como meras peças em uma linha de montagem. Lembre-se de que simplesmente não há produtividade com um time desmotivado.

 

Aposta em lideranças técnicas

Não basta ser profissional da saúde e ter afinidade política: capacidade de gestão é fundamental. É preciso buscar os melhores quadros de gestão em saúde, profissionais com experiência em coordenar e motivar equipes, gerenciar recursos e prover respostas rápidas às demandas dos cidadãos.

Tudo sobre saúde pública e seus principais desafios passam pelas variáveis tratadas aqui. Mas é possível melhorar ainda mais seus conhecimentos sobre o tema, conhecendo, por exemplo, como promover ações de saúde da família em sua rede de atenção à saúde.

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