6 tendências que vão revolucionar a prática da telerradiologia e telemedicina

Ferramentas promovem assertividade ao diagnóstico e ampliam a segurança do paciente, além de otimizar custos da Saúde

6 tendências que vão revolucionar a prática da telerradiologia e telemedicina

A inovação tecnológica no setor de saúde está cada vez mais veloz. Nesse contexto, a transformação digital é o caminho para acompanhar essa evolução e aproximar dos pacientes conceitos mais modernos de cuidado. Um exemplo é a telerradiologia, braço da telemedicina cuja prática é autorizada pela legislação brasileira.

De forma geral, o conceito da telemedicina traz a ideia do cuidado apoiado à distância, ampliando o acesso à assistência e cobertura em um território extenso como o Brasil. A proposta é usar as tecnologias da informação e comunicação (TICs) para realizar consultas e acompanhamentos diagnósticos, além de intercâmbio de dados dos pacientes. Contudo, a resolução 1.643/2002 do Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda restringe as consultas à distância, implicando que cada "ponta" tenha um profissional de medicina, o que, por enquanto, restringe seu uso à prática da telerradiologia.

A recomendação do CFM não restringe essa prática porque se trata de um apoio ao diagnóstico feito à distância, e não o diagnóstico em si. Na prática, a telerradiologia consiste em uma transferência das imagens radiológicas de um paciente, tais como os raios-x, tomografias, ressonâncias e outros, do local onde o exame está sendo realizado para outro, com o uso do Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens (Picture Archiving and Communication System — PACS). Dessa forma, o médico radiologista oferece seus serviços aos pacientes mesmo quando fisicamente ausente.

O desenvolvimento da tecnologia promete otimizar a prática da telerradiologia e abrir caminho para a telemedicina, desde que com as devidas mudanças necessárias na legislação. Conheça algumas delas: 

  • Big data: Bancos de dados dotados da ferramenta organizam as informações geradas pelos dispositivos médicos e as processam de forma mais otimizada, podendo devolver dados mais "minerados" e de fácil acesso ao profissional. 
  • Cloud computing: A ampliação dos fatores de segurança dessa modalidade de armazenamento promete a agilidade de acesso necessária à prática do diagnóstico à distância, simultaneamente, em que traz redução de custos, já que não é mais necessário contar com uma data center interno para comportar imagens e laudos. 
  • Nanotecnologia: Em um cenário futuro, a tecnologia possibilitará novos tipos de exames, cada vez mais precisos e que, aliados à telerradiologia, permitirão diagnósticos mais assertivos e ágeis. 
  • Internet das Coisas (IoT): Os dispositivos estão ficando cada vez mais inteligentes e conectados ao cotidiano. As ferramentas de IoT permitirão monitoramento constante e, combinadas aos dados de exames, aumentarão a precisão dos diagnósticos e acompanhamento de doentes crônicos, por exemplo. 
  • Deep Learning: A inteligência artificial (IA), por meio da tecnologia de aprendizado de máquina, serve de apoio ao médico radiologista na tomada de decisão sobre o diagnóstico. Além disso, ela será fundamental para descartar exames sem alterações, otimizando o tempo do profissional — que poderá concentrar suas atividades exclusivamente na elaboração dos laudos com anomalias identificadas. 
  • Watson Health: A inteligência cognitiva do supercomputador e seus recursos interativos otimizam tarefas, proporcionando mobilidade, segurança para o paciente e assertividade na tomada de decisão.

Além da regulamentação do CFM, que talvez é o maior desafio, o desenvolvimento da telemedicina também precisa enfrentar as barreiras tecnológicas. Nem todas as organizações estão em um nível de transformação digital suficiente para a implementação de tecnologias com essa complexidade. As telecomunicações também podem ser uma barreira. Cidades com internet que não atenda as especificações de tecnologias como a IoT, por exemplo, podem ter dificuldades para implantar tecnologias disruptivas.

A segurança dos dados sensíveis dos pacientes também é um desafio para os próximos anos. Com a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o paciente tem o direito garantido sobre suas informações e as organizações terão de se adaptar. Para a implantação de tecnologias como IoT, Cloud computing e IA, há opção de anonimizar os dados, mas o uso deverá ser autorizado pelo portador, que deve conhecer a finalidade antes da aprovação.

Mesmo com esses desafios, é necessário que se comece a pensar em um futuro no qual a telemedicina será parte do cotidiano da saúde. Algumas iniciativas nesse sentido já são realidade no País, como a criação de chatbots para acompanhamento de doentes crônicos ou grávidas e mesmo a aprovação da teleconsulta de psicologia, com a publicação da resolução n° 11/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Agora é acompanhar os próximos passos desse futuro que já começou.

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