Gestão em Saúde: três passos para elaborar o planejamento anual em momentos de incerteza

Em tempos voláteis, planejar o próximo ano da organização pode até parecer difícil, mas é fundamental para manter a sustentabilidade; conheça abaixo o passo a passo

Gestão em Saúde: três passos para elaborar o planejamento anual em momentos de incerteza

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A pandemia atingiu em cheio a 
gestão em Saúde. E não foi só a assistência que se viu diante de uma situação de poucas certezas. A crise causada pelo coronavírus trouxe desafios que vão muito além da gestão do cuidado, e envolvem temas como gerenciamento de recursos, equipes e, em muitos casos, uma adaptação forçada ao trabalho remoto. Na reta final, rumo a 2021, as incertezas que afloram para o próximo ano neste momento pré-vacina demandam dos gestores, sabedoria para garantir a sustentabilidade das instituições no longo prazo.  

Para Rodrigo Leite, CEO da FSL Governance Consultoria e Gestão em Saúde, um dos primeiros passos para especialistas da Saúde planejarem o próximo ano é adquirir habilidades e conhecimentos de áreas adjacentes - do jurídico à contabilidade, em um processo de aprendizado contínuo. Esse conhecimento é primordial para operar em meio a incertezas.

"A grande maioria das universidades tradicionais não oferece esse preparo. Mas é fundamental ao profissional que ele desenvolva conhecimento dessas outras áreas e que não fique restrito à parte técnica, de forma a enxergar o todo da organização."  

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Leite ressalta que a pandemia expôs essa deficiência de conhecimento. Em nove meses de desafios que vieram junto com a crise sanitária, profissionais que não estavam preparados para as mudanças tiveram grandes dificuldades.

"Se analisarmos temas como telemedicina, teleconsulta, teleorientação, quem havia previsto condições desse tipo no planejamento para os próximos anos conseguiu um resultado melhor do que aqueles que ainda estavam pensando em digitalização", destaca. 

Os que não estavam atentos às mudanças do mercado, portanto, ficaram para trás. "O profissional precisa ter agilidade na tomada de decisão. Ao ser ágil, ele consegue minimizar perdas", garante o especialista.   

Na visão de Leite, entre os conhecimentos mais indispensáveis para a gestão em Saúde está o gerenciamento dos custos. Para ele, quem conhece profundamente todo o custo da sua organização consegue se programar mesmo em cenários de crise, já que é impossível se manter no longo prazo em uma situação onde se gasta mais do que ganha.

 

Três passos do planejamento

Para que a gestão em Saúde possa construir um planejamento adequado a diferentes momentos, não importando o quão instável eles possam ser, o especialista aponta um método que trabalha três elementos base, tríade que resulta em uma gestão inteligente e assertiva. São eles: 

  • Processos;
  • Pessoas;
  • Controles,

"O planejamento se baseia em processos definidos, pessoas treinadas e no controle de indicadores de desempenho para a tomada de decisão", resume Leite.

 

Processos

O primeiro passo para o planejamento estratégico em tempos de incertezas é definir os processos que garantem a continuidade do fluxo de trabalho. Ele é válido para diferentes áreas, em organizações de Saúde de diferentes portes e atribuições

"A gestão por processos é essencial para ter controle das situações, para entender todo o funcionamento do posicionamento estratégico, o mercado em que se atua, quem são os concorrentes, como é o seu movimento", explica Leite.

 

Pessoas

O segundo passo é garantir o controle desses processos. Os indicadores, ressalta ele, precisam ser analisados periodicamente para ajustá-los conforme a necessidade.

"Ter e acompanhar indicadores é essencial para que a tomada de decisão seja mais assertiva." 

Nesse ponto, Leite argumenta que a tecnologia auxilia o gestor a extrair insights e a acelerar ações.

"O uso de ferramentas permite gerar gráficos, relatórios, e, com base nessas informações, o gestor consegue tomar a melhor decisão em tempo real." 

 

Controles

Para tanto, terceiro passo é garantir que as pessoas conhecem seu papel nos processos, registram as informações nos sistemas de gestão e, assim, garantam o controle necessário das operações e a excelência dos serviços de Saúde.  

Há ainda a opção de utilizar metodologias administrativas para calcular possíveis cenários, mas, na visão do especialista, o mais importante é conhecer profundamente e de forma holística a organização. Com esse passo a passo, não importam as flutuações do cenário econômico e do mercado - a gestão em Saúde consegue enxergar esse todo, dominando seu modo de atuação e adaptando ações para garantir que as metas e objetivos traçados serão alcançados mesmo em meio a uma crise.

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