O que falta aos gestores de saúde? - MVCast 6 com Ana Maria Malik e Tacyra Valois
Descubra os desafios que gestores de saúde enfrentam e como competências, tecnologia e ética podem transformar a gestão para mais eficiência e qualidade.
Convidados discutem os principais desafios enfrentados pelos gestores de saúde, incluindo competências interpessoais, governança, transformação digital e saúde mental, destacando práticas essenciais para uma gestão mais eficiente.
A gestão em saúde enfrenta desafios complexos, exigindo uma combinação de competências técnicas e interpessoais. No episódio #6 do videocast produzido pela MV, especialistas discutiram os principais pontos que ainda faltam aos gestores do setor para melhorar a eficiência e a qualidade nos serviços de saúde. Continue sua leitura e confira conosco!
Competências interpessoais: mais que gestão, liderança
Um gestor de saúde não é apenas um administrador; ele é também um líder.
Para isso, habilidades como comunicação clara, negociação e gestão de conflitos são essenciais. A capacidade de lidar com pessoas — sejam pacientes, colaboradores ou parceiros — faz parte do dia a dia da gestão. Sem isso, até mesmo as melhores estratégias podem falhar.
Também, a empatia e a inteligência emocional são fundamentais para construir relações de confiança e resolver problemas de forma colaborativa. Um bom gestor deve ouvir, compreender diferentes perspectivas e adaptar sua abordagem para motivar a equipe e garantir a qualidade do atendimento.
"Você precisa entender que ninguém faz errado por maldade. Muitas vezes, é uma questão de comunicação e falta de orientação clara. O mesmo acontece com os trabalhadores da saúde: ninguém faz errado por querer, mas sim por não saber o que precisa ser feito. Comunicação e negociação são essenciais, além de uma boa gestão de conflitos." — Ana Maria Malik, Médica e Doutora em Medicina Preventiva pela USP e Coordenadora da Linha de Saúde do Mestrado Profissional em gestão para a competitividade da FGV.
Visão sistêmica e governança
A gestão eficiente vai além de gerenciar operações. Ela requer uma visão sistêmica para alinhar decisões estratégicas aos propósitos institucionais.
Os especialistas enfatizaram a necessidade de realinhar a governança, sempre colocando a pessoa no centro do cuidado, o que inclui entender como diferentes partes do sistema interagem, desde fornecedores e profissionais de saúde até políticas públicas e regulações do setor.
Um gestor eficaz deve considerar o impacto de suas decisões em toda a cadeia de valor.
Outro ponto crucial é a transparência e a prestação de contas. Práticas de governança que valorizam a ética e a responsabilidade ajudam a criar uma cultura organizacional sólida e comprometida com resultados sustentáveis.
"Governança não é apenas seguir regras. É entender seu papel e como suas decisões impactam todo o sistema de saúde. Colocar a pessoa no centro das decisões exige repensar conceitos e práticas para garantir que as escolhas sejam realmente eficazes e sustentáveis." — Tacyra Valois, CEO do CBEx e Especialista em Saúde Coletiva e Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Aprendizado contínuo e curadoria de conteúdo
Gestores precisam estar abertos ao aprendizado constante, especialmente em um setor em constante evolução. Cursos formais, educação continuada e até mesmo conteúdos online são fontes importantes. Entretanto, saber filtrar informações e buscar fontes confiáveis são passos essenciais para evitar desatualizações e informações incorretas.
A saúde é um campo dinâmico, em que novas tecnologias, práticas e regulamentações surgem regularmente. A atualização profissional deve ser contínua, tanto para gestores quanto para suas equipes. Criar uma cultura de aprendizado dentro da organização fortalece o time e melhora a qualidade do serviço prestado.
"A saúde está sempre mudando. Quem não busca conhecimento constante corre o risco de ficar obsoleto. Não basta fazer um curso e achar que já sabe tudo. O aprendizado precisa ser contínuo, especialmente em uma área que evolui tanto quanto a saúde." — Ana Maria Malik, Médica e Doutora em Medicina Preventiva pela USP e Coordenadora da Linha de Saúde do Mestrado Profissional em gestão para a competitividade da FGV.
Tecnologia: ferramenta, não solução final
Embora a transformação digital seja uma prioridade, a tecnologia não resolve problemas sozinha. O podcast destacou que gestores devem entender a tecnologia como uma ferramenta estratégica, não como um fim. O diálogo entre profissionais de TI e saúde precisa ser constante para garantir que soluções tecnológicas sejam práticas e eficazes.
É essencial que gestores conheçam as possibilidades oferecidas pelas tecnologias disponíveis, mas também suas limitações. Sistemas integrados e plataformas amigáveis podem aumentar a eficiência e melhorar a tomada de decisão, mas sua implementação precisa ser cuidadosamente planejada e acompanhada.
A transformação digital requer mudanças culturais e de processos, não apenas a adoção de novas ferramentas. Equipes bem treinadas e engajadas são fundamentais para o sucesso de qualquer estratégia tecnológica.
"A tecnologia não substitui a inteligência humana; ela amplifica sua capacidade. É preciso entender que transformação digital não é moda, mas uma mudança profunda que exige adaptação e comprometimento." — Tacyra Valois, CEO do CBEx e Especialista em Saúde Coletiva e Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Ética e Compliance: o que se faz quando ninguém está olhando
Compliance foi um tema central neste episódio do MVCast, abordado como uma prática comportamental e não apenas um conjunto de regras. Gestores precisam praticar integridade de forma contínua, liderando pelo exemplo. Isso inclui desde decisões éticas até a gestão de contratos e recursos.
Uma cultura organizacional comprometida com a ética cria um ambiente mais seguro e transparente. A implementação de políticas de compliance deve incluir treinamentos regulares, auditorias e canais de denúncia, além de uma comunicação clara sobre normas e procedimentos.
Liderança ética também implica fazer o que é certo mesmo quando não há supervisão. Os especialistas ressaltaram que o exemplo pessoal é uma das ferramentas mais poderosas para influenciar positivamente a conduta de toda a equipe.
"Compliance é aquilo que você faz quando ninguém está olhando. Não adianta apenas seguir regras no papel. É preciso internalizar esses valores e praticá-los em todas as decisões." — Ana Maria Malik, Médica e Doutora em Medicina Preventiva pela USP e Coordenadora da Linha de Saúde do Mestrado Profissional em gestão para a competitividade da FGV.
Saúde mental e bem-estar das equipes
Com a pressão constante, os gestores devem considerar a saúde mental de suas equipes e deles próprios. Uma gestão eficiente inclui criar um ambiente de trabalho saudável e reconhecer que colaboradores motivados e engajados produzem melhores resultados.
O suporte emocional e programas de bem-estar podem reduzir o estresse e aumentar a produtividade. Incentivar a comunicação aberta e tratar os problemas com seriedade são práticas essenciais para construir um ambiente de trabalho mais humano.
"Liderar é um exercício diário de adaptação e empatia. Cada pessoa tem suas próprias necessidades e motivações, e o gestor precisa estar atento para oferecer o suporte certo na hora certa." — Tacyra Valois, CEO do CBEx e Especialista em Saúde Coletiva e Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
A transformação começa na gestão
A gestão em saúde requer mais do que habilidades técnicas: é preciso visão estratégica, liderança humana e capacidade de adaptação às mudanças.
Ao desenvolver essas competências, gestores podem transformar não apenas seus serviços, mas também todo o sistema de saúde.
Assista ao episódio completo do videocast no YouTube e descubra mais insights sobre gestão em saúde.