5 formas de a gestão hospitalar usar a tecnologia para diminuir emissões de carbono

Eliminação do papel nos processos hospitalares contribui para a sustentabilidade do planeta e do negócio. Assim, a Saúde Digital faz seu papel na redução de gases poluentes

5 formas de a gestão hospitalar usar a tecnologia para diminuir emissões de carbono

A emissão global de gás carbônico em 2020 caiu 5,8%, justamente no ano em que a pandemia impôs o distanciamento social como o melhor caminho para diminuir a propagação do coronavírus. Só que mesmo com esse dado positivo conquistado com a menor circulação de pessoas, a concentração desse gás na atmosfera continua aumentando e já atinge 419 ppm (partes por milhão), uma quantidade não observada há mais de 3 milhões de anos. Isso porque, uma vez liberado, o gás carbônico permanece entre três e cinco anos na atmosfera. É por isso que a gestão hospitalar também deve pensar em formas eficazes de reduzir essas emissões.   

“Independentemente da pandemia, a gestão hospitalar se preocupa bastante em ser cada vez mais digital para, entre outros benefícios, diminuir consideravelmente o volume de papel que circula na instituição. Os hospitais ainda são um dos setores que usam uma alta quantidade de papel em seus processos e reduzir essa quantidade despendida não é simples, pois a prática está arraigada na cultura das organizações. Mas percebo que o movimento ficou mais plausível com a adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente, o PEP, e de outras tecnologias, incluindo mobile e biometria”, diz Genilson Cavalcante, CEO da Green Soluções sem Papel.  

A retirada do papel dos prontuários foi um dos primeiros passos rumo à Saúde Digital, e trouxe com ele a redução na emissão de gases poluentes. Entretanto, outras medidas devem ser seguidas na instituição para a promoção do tema sustentabilidade na organização de saúde. Conheça agora cinco possíveis formas de diminuir as emissões de carbono usando a tecnologia para reduzir o consumo de papel no ambiente hospitalar:

  

1. Adotar certificados digitais 

A adoção de certificação digital é importante para que os profissionais de saúde validem documentos sem a necessidade de impressão.

“O Conselho Federal de Medicina [CFM] ajudou a padronizar esse processo, mas ele ainda requer alto custo de implantação e a necessidade de os médicos precisarem toda hora entrar no sistema com PIN e senha para poder assinar os documentos”, argumenta Cavalcante, contando que já existe hoje uma solução que usa o certificado do próprio hospital para essa validação.

“Assim, quem certifica é a pessoa jurídica ao invés de cada profissional. E isso ainda garante que os documentos digitais não sejam alterados, contribuindo para a segurança da informação, complementa.

 

2. Retirar os papéis da recepção 

Guias de operadoras de saúde, declarações e termos de consentimento, de confidencialidade ou de responsabilidade são documentos, frequentemente emitidos para o paciente assinar, resultando em um acúmulo muito grande de papel para o hospital arquivar.

“Hoje esses mesmos documentos podem ser gerados por meio de um sistema de gestão hospitalar e enviados para um tablet para a coleta da assinatura do paciente por meio de biometria. Assim, garante-se a autenticidade da assinatura, pois a tecnologia coleta a pressão da caneta, dados grafológicos, como a velocidade da escrita, além de, via GPS, indicar o local de assinatura”, descreve o especialista, complementando que os documentos pessoais trazidos por cada paciente também podem ser digitalizados e transitar digitalmente no hospital.

 

3. Fazer remessas digitais para as operadoras de saúde 

No processo de atendimento do paciente, os vários documentos exigidos pelas operadoras de saúde podem ser enviados por uma remessa digital.

“Já para o processo de auditoria externa, também é possível ter a conta em um documento digital que pode ser auditado com o prontuário, permitindo a anotação de inconsistências de forma eletrônica. Assim, os auditores do hospital e da operadora de saúde podem analisar e discutir eventuais glosas até a autorização final do pagamento sem que nenhum papel tenha sido utilizado”, diz Cavalcante.

 

4. Digitalizar documentos em departamentos-chave, como financeiro e RH 

Outro departamento que costuma usar muito papel é o financeiro, que também depende de um local para o armazenamento dos documentos.

“Com a tecnologia, contratos, contas e outros documentos importantes do hospital são gerados eletronicamente e assinados digitalmente, sem a necessidade de impressão, para serem salvos em nuvem. Assim, é possível garantir que não haja adulteração após serem gerados”, conta o especialista.   

Já nos recursos humanos, seja no processo de contratação de um novo funcionário, demissão ou na solicitação de uma promoção, todos os documentos necessários podem também transitar entre as partes interessadas de forma digital. Os documentos do colaborador, gerados digitalmente ou digitalizados posteriormente, serão armazenados de forma digital e podem ser acessados pelo pessoal autorizado.

 

5. Gerar prescrições eletronicamente   

Nesse caso as prescrições são geradas digitalmente e a checagem da medicação é realizada diretamente no sistema, contribuindo para a segurança do paciente e da instituição.

“Esses documentos eletrônicos revelam mais do que o medicamento a ser usado. Eles ajudam a controlar os horários de administração, a dose administrada e o respectivo paciente. Na hora indicada, o profissional de enfermagem também não precisa anotar os dados em papel, basta bipar a pulseira do paciente e o código de barras do medicamento que as informações são checadas e incluídas no sistema. Este processo também pode ser feito via mobile”, explica Cavalcante.      

Além da contribuição ao meio ambiente, a adoção da Saúde Digital pela instituição gera economias financeiras e relacionadas ao processo, pois não é mais preciso guardar papéis, nem transitar com eles pelas áreas ou pelas diferentes organizações, como entre o hospital e a operadora de Saúde. Mas, Cavalcante faz uma ressalva: mudar processos não é fácil e depende, primeiro, de uma mudança na cultura organizacional.

“As pessoas precisam ver o valor que o Hospital Digital traz para o trabalho delas, economizando tempo, simplificando processos e deixando-os muito mais seguros. Só assim elas se motivarão a usar a solução pelo bem do meio ambiente, mas também pela facilidade incorporada no seu dia a dia”. 

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