5 premissas para a operação da central de comando em unidades de Saúde

Alguns requisitos não podem ficar de fora numa estratégia de monitoramento e gestão de sucesso

5 premissas para a operação da central de comando em unidades de Saúde

Alguns requisitos não podem ficar de fora numa estratégia de monitoramento e gestão de sucesso

No final da década de 60, durante a missão da Apollo 11, as decisões necessárias para o sucesso da operação não foram tomadas apenas por uma única base de controle. Na verdade, várias estações de monitoramento e até mesmo a própria nave estavam atuando juntas em um modelo operacional, na época chamado Hub-and-Spoke, para alcançar um objetivo principal: o primeiro pouso lunar.

Assim como essa, outras grandes experiências do passado quando transportadas para o presente evidenciam cada vez mais a necessidade de unir inteligência humana e inovações tecnológicas para o sucesso de operações que envolvem alta velocidade de processamento de dados, precisão, controle e tomadas de decisões assertivas.

Usando o fato histórico citado como analogia para o contexto operacional de uma central de comando voltada à gestão da Saúde, questiona-se: quais são as premissas fundamentais para colocar em prática uma interação conjunta e coordenada em unidades de Saúde com o objetivo de monitorar padrões de eficiência, acompanhar resultados, fazer análises e melhorar performance? Os cinco itens listados a seguir respondem a pergunta.

1.Implantação de uma sala de situação: Tendo como origem o conceito de sala de crise proveniente da Segunda Guerra Mundial, a sala de situação consiste no espaço de gestão de ações proativas e reativas com base em avaliações de cenários expostos pela reunião de dados e indicadores. Implantadas nas unidades de Saúde para comunicação direta com a central de comando externa, funciona como um instrumento de elaboração de diagnósticos situacionais a partir de informações que servem como subsídio de planejamento e gestão, tanto assistencial quanto administrativo e econômico.

2.Infraestrutura adequadaA estrutura física de uma sala de situação deve comportar tecnologias integradas ao sistema de gestão da unidade de Saúde para que, por meio de videowall, profissionais atentos à operação visualizem dashboards e acompanhem os indicadores em tempo real.

3.Definição de objetivos e quantificação/qualificação das SLA’s: Definir os padrões de eficiência esperados na gestão da Saúde é uma importante etapa para a operação. Entre alguns indicadores que podem ser listados como prioritários no contexto hospitalar, por exemplo, estão o giro de leito, o cumprimento do modelo Lean na emergência, as normas de certificações e acreditações, a atenção aos processos principais em plataformas ERP, entre outros.

4.Disponibilização de equipe multidisciplinar: A atuação conjunta dos profissionais da sala de situação com a equipe da central de comando – formada por especialistas nas áreas clínico-assistencial, de faturamento, controladoria e suprimentos – garante maior conhecimento e responsabilidade sobre o monitoramento de cenários, além de apoio na identificação de SLA’s críticas ao bom andamento das táticas estratégicas e operacionais da unidade de Saúde.

5.Visão analítica e preditiva: Como um dos principais objetivos de uma central de comando, olhar para frente e antever situações com base em dados apoiados em SLA’s preditivas de 24, 48 até 72 horas permite às unidades de Saúde agirem rapidamente e assertivamente junto a profissionais e setores chaves. Essa é a grande característica desse formato de operação monitorada via central de comando e sala de situação que ainda permite, após as ações de correção, observar como elemento de estudo o legado dos eventos.

Guardadas as devidas proporções em relação à operação da Apollo 11, a analogia é interessante para o entendimento sobre a importância da atuação integrada na gestão da Saúde. No entanto, é válido ressaltar que uma central de comando não se responsabiliza diretamente por rotinas e decisões que ocorrem dentro das unidades de Saúde. O seu papel é desempenhar um serviço inteligente, estratégico e qualificado, mas a autonomia sobre a condução dos serviços é inteiramente dos gestores de Saúde junto aos profissionais das salas de situação implantadas em cada unidade monitorada.

*Por Eduardo Ceccon

Especialista em Finanças, Controladoria, Auditoria e Gestão Empresarial e consultor na MV. Sua atuação na empresa ao longo de mais de 17 anos conduz os clientes da área da Saúde a verdadeiras mudanças de paradigmas.

Notícias MV Blog

;