8 tendências da Saúde Digital para ficar de olho em 2022

Futuro terá tecnologias exponenciais como a inteligência artificial, mas são as fusões tecnológicas que destravarão as inovações que vão garantir mais segurança e qualidade aos serviços médicos

8 tendências da Saúde Digital para ficar de olho em 2022

Durante o período mais crítico da pandemia, instituições e profissionais de Saúde aprimoraram o olhar ao cuidado com o paciente. O avanço no atendimento clínico virtual proporcionou a chegada de tecnologias que vieram para ficar. Este foi só o começo para a Saúde Digital. Agora, tendências como a inteligência artificial, a Internet das Coisas Médicas, entre outras tecnologias, vão impactar a Saúde em 2022 e nos anos seguintes, especialmente com a implantação do 5G no Brasil.

Para Wagner Sanchezpró-reitor acadêmico da FIAP, nós estamos vivendo um momento de total reinvenção da nossa sociedade em função das expectativas das pessoas e das evoluções das tecnologias:

“Estamos buscando conscientemente ou inconscientemente uma sociedade mais eficiente, uma smart society, que será construída com base nas fusões das tecnologias exponenciais, visando privilegiar a essência humana.”

A Saúde Digital acompanha esse objetivo, buscando se transformar e reinventar os processos atuais de diagnósticos, de tratamento, de prevenção, de reabilitação, bem como os trâmites administrativos.

“Isso é resultado da época de crise que vivemos, na qual as tendências que já estavam em cursos são aceleradas e aceitas com menos resistências. É por isso que os avanços tecnológicos estão cada dia mais acessíveis e impulsionando as transformações digitais em todas as áreas da economia”, explica o professor.   

Acompanhe agora as principais tendências para a Saúde Digital a partir de 2022 e nos próximos anos, segundo Sanchez:

 

1. Ter a saúde — e não a doença — em primeiro lugar.

A partir de 2022 a percepção de que é muito mais importante cuidarmos da saúde do que tratarmos a doença ganhará ainda mais força. Para isso, os hospitais e os profissionais da Saúde já estão se aliando aos profissionais de tecnologia para que soluções baseadas em inteligência artificial (IA) tragam mais benefícios aos seus pacientes.

 

2. Por falar em IA, ela estará bem mais presente nos procedimentos médicos. 

Já no próximo ano, a IA impactará ainda mais todos os procedimentos do setor de Saúde, desde o atendimento a pacientes, passando por diagnósticos e tratamentos, até reabilitações. É que a computação cognitiva está dando um poder adicional para que os profissionais da Saúde sejam mais eficientes e usem os sistemas cognitivos para diagnosticar câncer, fazer a triagem de achados críticos em imagens médicas, sinalizar anormalidades agudas, priorizar casos com risco de vida, diagnosticar arritmias cardíacas, prever acidente vascular cerebral ( AVC) e até ajudar no tratamento de doenças crônicas.

 

3. Internet das Coisas Médicas na medicina diagnóstica — mas ainda sem escala global 

A IoMT tende a avançar, mas ainda sem provocar um impacto global. O grande impeditivo para isso ainda é a falta de investimento público na tecnologia, que não caminha na mesma velocidade que os investimentos privados. No entanto, nas chamadas “ilhas de excelência”, os projetos em IoMT ganharão ainda mais força em 2022 e devem ser bastante usados pela medicina diagnóstica, com a introdução da inteligência artificial atrelada ao IoMT, para proporcionar um melhor escaneamento do corpo humano e, com isso, obter diagnósticos mais ágeis e assertivos.

 

4. O início da medicina em 5G

A tecnologia 5G deve aproximar ainda mais, digitalmente, o paciente do médico, com soluções que transportam os biossinais dos pacientes para seus médicos, tornando a tomada de decisão, mesmo a distância, ainda mais assertiva. Além disso, o uso dos chamados robôs inteligentes, deve se expandir ainda mais. Já existe uma gama de soluções robóticas na área de Saúde em uso há algum tempo, operando nos bastidores e atendendo médicos, enfermeiros, cuidadores e pacientes em hospitais e outras instituições, mas elas tendem a crescer ainda mais com o aumento da velocidade de conexão entregue pelo 5G.

 

5. Estaremos cada vez mais próximos de um cirurgião robô 

Embora muitas pessoas ainda possam se sentir desconfortáveis com a ideia de ter um robô realizando sua cirurgia, o procedimento está se tornando cada vez mais comum nos hospitais ao redor do planeta, onde, geralmente, os robôs são totalmente controlados pelos médicos. Já existem também robôs com certa autonomia nos procedimentos e tudo isto pode aumentar com o 5G.

Fazendo uma analogia para o entendimento da autonomia dos robôs inteligentes em procedimentos médicos: imagine o mecanismo automático de estacionar o automóvel que alguns veículos já trazem de fábrica. A ideia na sala cirúrgica é a mesma: o médico pode, em alguns momentos, simplesmente liberar que o robô execute uma determinada ação de forma autônoma sob sua supervisão.

 

6. Saúde mental preventiva e digital com uso da tecnologia 

A psicologia é outra área que deve crescer com a junção de inteligência artificial e 5G, principalmente quando olhamos para a questão da prevenção de atitudes mais drásticas por parte do paciente, como o suicídio. Os algoritmos inteligentes já conseguem realizar análises preditivas para indicar comportamentos suicidas, analisando as interações dos pacientes com redes sociais e chatbots, enquanto o 5G dá agilidade nas ações de prevenção.

 

7. Tecnologia para fazer ciência de ponta e novas descobertas 

A descoberta de novos medicamentos deve prosperar ainda mais, já que há muitas empresas farmacêuticas investindo recursos para utilizar as tecnologias na descoberta de drogas e minimizar os longos prazos e processos vinculados à aprovação e à disponibilização desses fármacos. Os ensaios clínicos, por exemplo, poderão contar com a ajuda da inteligência artificial para se tornarem mais digitais. Hoje, a maioria deles ainda é gerenciada offline, sem soluções integradas que possam rastrear o progresso, a coleta de dados e os resultados da triagem de medicamentos. 

 

8. Realidade virtual no tratamento da dor 

Esta ainda é uma área de foco emergente na área da Saúde e a inteligência artificial e outras tecnologias podem alavancar a combinação com realidade virtual e, assim, criar simulações que podem desviar os pacientes da fonte atual de sua dor e até mesmo ajudar nas crises mais agudas.

Este é só um exemplo de como as tecnologias podem colaborar para diminuir a dor na população. Outras ainda poderão ser descobertas com a utilização do machine learning que pode aprender como e porquê as pessoas sentem dor e propor soluções para minimizar o sofrimento de milhões de pessoas no mundo. Para que tudo isso se torne realidade em breve, os principais atores devem se preparar:

“A tecnologia é uma grande aliada dos profissionais de Saúde para que eles se tornem ainda mais eficientes. Mas o segredo para o sucesso na sua utilização está na capacitação”, resume o pró-reitor da FIAP, que continua:

“Já os gestores precisam se cercar de profissionais de TI competentes para que possam receber inputs tecnológicos adequados aos seus negócios em prol dos pacientes. E, assim, criar um novo valor para a tecnologia na Saúde”, garante Sanchez. 

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