Como uma instituição de saúde está diariamente envolta em uma profusão de fluxos de atividades (que vão desde a recepção do paciente, passando por atendimento, registro, triagem, assistência de enfermagem, acompanhamento médico nos consultórios e higienização dos leitos até o abastecimento e a provisão de fármacos), seus resultados, bem como a imagem que consolidará no mercado dependem da performance global de todas essas variáveis.

Tido como um dos maiores mestres do gerenciamento de qualidade no mundo todo, William Edward Deming dizia que:

“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende e não há sucesso no que não se gerencia”.

Com isso em mente, pare por um momento para avaliar como você mede a qualidade dos serviços de seu hospital hoje em dia. É esse cenário complexo que explica a necessidade absoluta da gestão de indicadores para melhorar a gestão hospitalar.

Quer entender o verdadeiro papel dessas métricas e de um sistema hospitalar no tratamento desses referenciais? Então acompanhe agora mesmo nosso artigo de hoje:

O que exatamente são esses indicadores de desempenho?

Um timoneiro não chega a seu destino se não estiver provido de mapas, bússolas e outros instrumentos de direção que lhe permitam monitorar o curso da navegação. Da mesma forma, o diretor de um hospital precisa ter controle sobre a performance de cada profissional, a integração entre os processos internos, a rapidez no atendimento e a qualidade da assistência prestada. Isso se faz através de indicadores.

GO STRATEGY: Conte com estratégias bem definidas que ajudam na padronização da gestão do negócio, dos serviços e da qualidade. Saiba mais!

Indicadores de desempenho, também conhecidos como KPI (Key Performance Indicators) são, assim, instrumentos de gestão fundamentais para o monitoramento e a avaliação dos serviços prestados pelas organizações, por:

• Subsidiar a formulação e o alcance de metas;
• Identificar da necessidade de mudanças;
• Reduzir de custos;
• Avaliações de desempenho;
• Cumprir a missão da organização.

Onde a inteligência operacional entra nesse gerenciamento?

O advento dos sistemas de informação em saúde fez com que a gestão de indicadores de performance se automatizasse, registrando, agregando e interpretando os dados muito mais fácil e assertivamente. Assim é possível gerar informações estratégicas de extrema importância, desencadeando um processo de melhoria contínua no hospital e o melhor: tudo em tempo real!

A verdade é que gerenciar métricas é uma atividade tão antiga quanto a Revolução Industrial, mas o que muitas instituições de saúde só descobriram tardiamente é que a gestão de dados é capaz de reinventá-las, promovendo maior eficiência, mais inteligência operacional e menor quantidade de erros.

Quais as vantagens do uso dos sistemas de informação na gestão de métricas e indicadores?

Acompanhe agora as principais vantagens proporcionadas pelo uso de sistemas de gestão na avaliação de indicadores hospitalares:

• Mensurar os resultados e gerir o desempenho com máximo de eficiência;
• Contribuir para o processo de melhoria contínua da instituição;
• Subsidiar avaliações de desempenho e sistemas de incentivos;
• Reduzir custos com compra de medicamentos, manutenção e infraestrutura;
• Controlar o desempenho individual e coletivo, tudo em tempo real;
• Embasar a análise crítica dos resultados para um processo de tomada de decisões com a rapidez de que o mercado necessita;
• Facilitar benchmarking em relação aos concorrentes do setor.

Quais os principais indicadores de desempenho hospitalar?

Os indicadores de desempenho (ou de performance) no âmbito hospitalar são fundamentais na verificação da eficiência dos processos internos.

• Quão distante do ideal está o fluxo de atendimento na recepção?
• Qual o tempo médio de espera de cada paciente até a passagem pela enfermaria?
• Quais são os profissionais mais eficientes?
• Que lacunas de produtividade estão impedindo o hospital de ser mais ágil e dinâmico nos atendimentos?
• Qual a relação entre custo e benefício na compra de cada medicamento?

Essas e outras muitas questões só podem ser avaliadas por meio de tais referenciais de performance, que nortearão mudanças de escalas, enxugamento de rotinas, implementação de soluções de TI em saúde e assim por diante.

Agora chegou a hora de listarmos os principais indicadores de desempenho de um hospital tanto na área operacional como na clínica e no âmbito financeiro. Confira!

Indicadores operacionais

1. Taxa de ocupação hospitalar: mede a relação percentual entre o trânsito diário de pacientes e a quantidade de leitos no mesmo período;
2. Tempo médio de permanência: calcula o tempo médio dos dias em que os pacientes ficam internados no hospital;
3. Taxa de satisfação dos pacientes: referencial que ajuda os gestores hospitalares a compreenderem os níveis de satisfação dos pacientes em relação à resolutividade e à eficiência da assistência prestada;
4. Eficiência administrativa: avalia o custo dos processos administrativos e seu valor agregado à instituição, visando reduzir o impacto financeiro do workflow por prontuários eletrônicos, agendamento on-line, sistemas de comunicação com operadoras de planos de saúde e assim por diante.

Indicadores financeiros

1. Retorno sobre investimento: potencialmente o mais importante índice financeiro para qualquer instituição, o return on investment analisa a geração de valor do hospital por força de cada investimento realizado;
2. Margem operacional: relação entre o lucro operacional e a receita líquida do hospital que diagnostica a rentabilidade ou o lucro da instituição com os serviços prestados;
3. EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization): são os lucros antes da incidência de juros, impostos, depreciação e amortização, métrica financeira que purifica os resultados da organização, mostrando o lucro apenas em relação ao negócio, descontando qualquer ganho financeiro extra (como com alugueis ou derivativos, por exemplo) e retirando os impostos e quaisquer efeitos financeiros.

Indicadores clínicos

1. Índices de infecção hospitalar: relaciona o percentual de casos de infecções hospitalares em relação ao número de altas durante um determinado período;
2. Taxa de mortalidade hospitalar: relação entre número de óbitos e total de pacientes internados no hospital;
3. Taxa de readmissão por insuficiência cardíaca: analisa o volume de reinternações de pacientes em decorrência de insuficiência cardíaca em até 30 dias da alta, ressalvando as reinternações devidamente programadas.

Quando um paciente chega a se dirigir a um hospital, seu estado peculiar de fragilidade naturalmente explica sua exigência por pouco de tempo de espera na fila de cadastro, atendimento rápido e direto ao consultório médico, abordagem humanizada e solução completa para seu problema, certo?

Conseguir fazer essa avaliação emocional em milhares de pacientes diariamente exige da instituição de saúde um trabalho integrado entre gestão de dados de excelência e tratamento por um sistema hospitalar de alta performance. Esse certamente é o ponto de partida para remodelar a visão de assistência à saúde de simples estabelecimento de atendimento serial para um verdadeiro centro de valorização da vida!

Agora que tal complementar seus conhecimentos conferindo este nosso outro post sobre indicadores de qualidade que sua instituição deveria acompanhar?