Da teoria à prática: como implementar a interoperabilidade real em hospitais e operadoras de saúde
A interoperabilidade na saúde precisa funcionar de maneira eficiente, sendo fundamental que ela esteja alinhada à LGPD, além de padrões e protocolos essenciais.

A transformação digital na saúde avança a passos largos, e a interoperabilidade se torna um dos pilares fundamentais para garantir um ecossistema cada vez mais integrado, eficiente e seguro. Mas afinal, o que significa a interoperabilidade em saúde?
A interoperabilidade refere-se à capacidade de diferentes sistemas e tecnologias de informação em saúde trocarem, interpretarem e utilizarem dados de forma coordenada.
Isso significa que prontuários eletrônicos, sistemas de gestão hospitalar, laboratórios, operadoras de saúde e outras instituições conseguem compartilhar informações de maneira padronizada e segura, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.
No cenário atual, em que o volume de dados cresce exponencialmente, a interoperabilidade viabiliza uma assistência mais precisa, personalizada e centrada no paciente, além de permitir a gestão integrada de toda a cadeia de cuidados.
Para falar mais sobre isso, preparamos um conteúdo centrado nos benefícios dessa tecnologia, além dos principais desafios em sua implementação. Continue a leitura!
Benefícios da interoperabilidade
A implementação eficaz da interoperabilidade traz uma série de benefícios para hospitais e operadoras de saúde. Entre os principais, destacam-se:
1. Melhoria na qualidade do atendimento
Com dados clínicos mais acessíveis e completos, os profissionais de saúde podem tomar decisões mais rápidas e assertivas em relação ao diagnóstico. Isso reduz riscos de erros médicos, evita a repetição de exames e garante uma abordagem mais humanizada e eficiente.
2. Redução de custos operacionais
A interoperabilidade permite automatizar processos, eliminar retrabalhos e otimizar recursos. A troca fluida de informações reduz o tempo gasto com processos manuais, melhora a produtividade e diminui desperdícios, impactando diretamente na sustentabilidade financeira das instituições.
3. Aumento da eficiência nos processos clínicos e administrativos
Sistemas integrados promovem uma comunicação mais ágil entre setores, otimizando o fluxo de trabalho e proporcionando uma visão unificada do paciente. Isso facilita o agendamento de consultas, liberação de procedimentos, análise de dados populacionais e auditoria de contas, entre outros.
Principais desafios na implementação da interoperabilidade na saúde
Apesar dos benefícios evidentes, muitos hospitais e operadoras ainda enfrentam desafios para transformar a interoperabilidade em uma realidade prática:
Resistência à mudança
A adoção de novos processos e tecnologias pode gerar insegurança e resistência por parte das equipes. Mudanças culturais e de comportamento são tão importantes quanto as inovações tecnológicas para o sucesso da interoperabilidade.
Complexidade na integração de sistemas legados
Grande parte das instituições ainda utilizam sistemas legados, desenvolvidos sem pensar na integração com outras plataformas. Conectar essas tecnologias, muitas vezes obsoletas, a soluções modernas exige planejamento, investimentos e conhecimento técnico. Em 2024, 30% das informações geradas na internet vinham de sistemas de saúde.
Os dados são de Olivier Convard, Lifecycle Leader of Digital Infrastructure na Roche Information Solutions, durante o 8º Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), organizado pela Abramed.
Questões relacionadas à segurança e privacidade dos dados
Com o aumento da troca de informações entre sistemas, cresce também a preocupação com a proteção de dados sensíveis. É fundamental que a interoperabilidade esteja alinhada às normas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e adote mecanismos robustos de segurança da informação.
Padrões e protocolos essenciais
Para que a interoperabilidade funcione de forma eficiente, é imprescindível a utilização de padrões e protocolos reconhecidos internacionalmente, que garantam a uniformidade na troca de dados. Entre os principais estão:
- HL7 (Health Level Seven): padrão amplamente utilizado para a troca de informações clínicas e administrativas entre sistemas hospitalares;
- FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources): desenvolvido pela HL7, o FHIR é mais moderno e flexível, permitindo a integração via APIs e facilitando a interoperabilidade com aplicações móveis e web;
- DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine): padrão voltado para a troca de imagens médicas, como radiografias, tomografias e ressonâncias;
- HOMEM (Hospital Open Messaging Environment): protocolo brasileiro que define mensagens padrão para a troca de dados entre sistemas de informação hospitalar.
A adoção desses padrões permite que diferentes tecnologias "falem a mesma língua", promovendo um ecossistema digital integrado e seguro.
Passos práticos para implementação da interoperabilidade na saúde
Mais do que entender a teoria, é preciso colocar a interoperabilidade em prática. A seguir, apresentamos um guia com passos fundamentais para uma implementação bem-sucedida:
Análise de necessidades e objetivos
O primeiro passo é realizar um diagnóstico completo da instituição: quais são os sistemas atuais? Quais informações precisam ser integradas? Quais os gargalos existentes? Com base nessas respostas, devem ser definidos objetivos claros, como melhorar a coordenação do cuidado, reduzir custos ou aumentar a resolutividade.
Escolha de tecnologias compatíveis e padrões reconhecidos internacionalmente
Com os objetivos definidos, é hora de escolher as soluções tecnológicas mais compatíveis com a realidade da instituição e que sigam padrões consolidados como HL7 e FHIR. Nessa etapa, é fundamental contar com parceiros especializados e com experiência no setor de saúde.
Desenvolvimento ou adaptação de sistemas, testes, ajustes e treinamento de usuários
A fase de implantação envolve integração dos sistemas, testes de compatibilidade, validação de dados e capacitação das equipes envolvidas.
É preciso ter em mente também que nenhuma tecnologia funciona sem o engajamento das pessoas. Por isso, o sucesso da interoperabilidade depende de um treinamento eficaz dos usuários — incluindo médicos, enfermeiros, gestores, administradores e equipe técnica.
Conclusão
A interoperabilidade é um elemento-chave para transformar o cuidado em saúde. Ela viabiliza uma gestão mais eficiente, decisões clínicas mais precisas e uma experiência mais fluida para os pacientes. No entanto, sua implementação exige planejamento, conhecimento técnico e apoio de parceiros estratégicos.
Se a sua instituição deseja avançar nessa jornada, a MV está pronta para ajudar. Com expertise em saúde digital e soluções interoperáveis, apoiamos hospitais e operadoras em todas as etapas do processo — da análise inicial à implementação completa.
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