Gestão da operadora digital e o resgate do médico da família

Acompanhamento médico a distância, aliado ao uso de dados e de inteligência artificial, promete mudar a forma de se fazer medicina preventiva nos próximos anos. Saiba como isso vai funcionar

Gestão da operadora digital e o resgate do médico da família

A medicina preventiva e o resgate da atuação do médico de família são estratégias que a gestão da operadora de planos, especialmente os digitais, vêm utilizando com sucesso no competitivo mercado da Saúde Suplementar. Ao propor um acompanhamento integral de seus pacientes por meio de consultas com médicos especialistas, ainda que de forma não-presencial, essas operadoras criaram um modelo de negócio com foco na tecnologia, com espaço para crescer entre os usuários de planos de saúde no Brasil.

Prova desse espaço é que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mantém desde 2009, em parceria com as operadoras, o Promoprev, voltado à promoção da saúde e à prevenção de riscos e doenças. São cerca de 520 programas, mas com número ainda baixo de participantes — cerca de 2,5 milhões de beneficiários num universo de 47 milhões (5,3%) — mas resultados muito positivos por parte das associadas. A ANS garante, inclusive, que a tendência é de crescimento, principalmente após a pandemia da Covid-19.

Para Vitor Asseituno, co-fundador e presidente da Sami, operadora de Saúde Digital para pessoas jurídicas, o fácil acesso ao profissional de Saúde é uma experiência importante e transformadora para os beneficiários:

“E esse profissional vai acompanhá-los ao longo da vida, sempre incentivando para que sejam a melhor e mais saudável versão de si.”

O estilo de medicina preventiva funciona há tempos na Europa, no Canadá ou na Ásia, mas aqui no Brasil a gestão da operadora ainda precisa educar seus beneficiários para as vantagens em adotar a atenção primária em Saúde.

“O modelo tem suas vantagens, tanto em qualidade e experiência para os pacientes quanto em redução de custo para todos, pois permite que muita gente possa contratar um plano de saúde pela primeira vez na vida. Aqui na Sami, por exemplo, 75% dos nossos clientes não tinham plano de saúde antes”, revela Asseituno, lembrando que no Brasil, 78% da população não possui plano de saúde.  

O presidente da Sami confirma que a estratégia de Saúde Digital tem encontrado boa receptividade entre os pacientes:

“É muito triste ver o estado atual da medicina, por vários ângulos. Enquanto 7 em cada 10 brasileiros não têm plano de saúde, os que possuem sofrem com problemas como a qualidade do atendimento, incentivos errados dos profissionais e das instituições, consultas rápidas e pouco acompanhamento longitudinal.”    

Na Sami, por exemplo, o contato com os pacientes é direto e cada vez que o beneficiário precisa de cuidado ela vai falar com o seu time de saúde antes de se locomover a um médico da rede ou hospital — a exceção é para casos de emergência.

“E é esse time que vai acompanhar a vida de cada membro em suas mais diferentes situações de vida para ajudá-lo a encontrar soluções para seus problemas de saúde e tomar boas decisões”, diz Asseituno.  

Já para o profissional de Saúde, o especialista garante que a possibilidade de praticar a Atenção Primária somada aos incentivos de modelos de remuneração baseados em valor são um sonho que se realiza.  

“Nesse modelo de negócio, o médico é incentivado e recompensado por fazer uma medicina na qual ele acredita, com as ferramentas e o tempo adequado para fazê-la de forma que beneficie de fato as pessoas. E isso é o que faz todos nós lembrarmos o propósito pelo qual a maioria escolheu a profissão”, Vitor Asseituno, co-fundador e presidente da Sami. 

 

Por que o modelo funciona?

Entre os motivos listados pelo presidente da Sami destaca a necessidade que os beneficiários de planos de saúde relatam de ter uma experiência melhor em todos os sentidos. A pandemia deixou clara a necessidade e o benefício de contratar um plano de saúde, mas, em simultâneo, a tecnologia e a telemedicina viraram necessárias e comuns.

“O modelo tradicional de saúde calcula um aumento de preço que vai de 20-30% ao ano, o que naturalmente 'expulsa' as pessoas que não conseguem acompanhar a alta dos preços. Por isso, esse novo modelo que combina uma experiência digital melhor, com mais qualidade médica e preço menor e que não cresce de maneira desproporcional, sem dúvida, vai encontrar boa receptividade das pessoas e é isso que vimos acontecer nesse ano de 2021”, justifica Asseituno.   

Só que para tudo funcionar melhor, a tecnologia é fundamental, especialmente porque o uso de dados e de inteligência artificial pode ajudar a prescrever melhores tratamentos e até a prevenir algumas doenças. No momento, os dados da Saúde precisam ser ainda mais enriquecidos e melhor direcionados. Esse avanço precisa ser perene, conforme relata o presidente da Sami:

“A tecnologia da informação traz ganhos gigantes para que os médicos e outros profissionais possam cuidar das pessoas de maneira mais completa e assertiva, cumprindo o objetivo de torná-las mais saudáveis, felizes e longevas. Desde o tratamento de doenças, a adesão ao tratamento e até na eficiência operacional dos serviços de Saúde, o uso de dados e da inteligência artificial permite que encontremos respostas, formulemos novas perguntas e possamos criar serviços inimagináveis antes.”

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Para o futuro, esses dados da Saúde podem ajudar a orientar toda uma rotina de saúde em prol da longevidade, por exemplo.

“Aqui na Sami, nós estamos criando um ecossistema que poderá acompanhar em detalhes a semana de cada membro: se ele vai na academia na terça, ortopedista na quarta e compra um analgésico na farmácia na quinta, o seu médico de família estará acompanhando tudo de perto e cuidando para que ele faça escolhas melhores”. Assim, a partir de dados e de conceitos simples de saúde, a prática da medicina preventiva vai criando forma com a ajuda da tecnologia.

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