Gestão da Saúde Pública: como aumentar receita e melhorar contato com o cidadão

Elementos básicos, como o mapeamento da demanda, podem auxiliar na melhoria de qualidade do atendimento e gestão de custos

Gestão da Saúde Pública: como aumentar receita e melhorar contato com o cidadão

O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que oferece Saúde gratuitamente, financiando os serviços por meio do pagamento de tributos. Apesar de possuir uma estrutura complexa e formatada para reduzir os gargalos de atendimento, há um senso comum de que o setor não possui processos e melhores práticas tão bem estabelecidos quanto a rede privada, e que as ferramentas de controle e interação com o paciente são, se não inexistentes, um sonho distante e impossível.

Mas, o fato é haver, sim, ofertas disponíveis para atender às necessidades específicas do setor público, que melhoram não somente a relação com o cidadão, como também podem elevar a verba recebida dos órgãos federais. Algumas delas, são:

  1. Agendamento e triagem: Em geral, a demanda da população é maior que a oferta de procedimentos disponíveis em curto prazo em hospitais ou unidades de atendimento, acarretando longas filas e insatisfação da equipe e da população. Uma das soluções é o agendamento de procedimentos a partir de análise de risco, amplamente utilizado na rede privada, que funcionaria como uma forma de minimizar as filas e demoras no atendimento. Além disso, o uso de triagem de pacientes, em vez da distribuição de senhas por ordem de chegada, pode contribuir para um melhor atendimento, priorizando os casos mais graves.
  2. Contato via SMS: O uso da tecnologia como lembrete também pode colaborar para a gestão da Saúde Pública. Enviar mensagens de texto um dia antes da consulta marcada reduz em cerca de 30% a abstenção do paciente. Muitos hospitais particulares adotam esse sistema, pelo qual o usuário confirma sua presença ou solicita um reagendamento. Isso facilita o encaixe de usuários que estão na lista de espera, evitando que o horário fique vago, e culmina em uma melhor gestão de custos e vagas de atendimento. A adoção da ferramenta na rede pública tem o mesmo efeito.
  3. Integração: A utilização de sistemas digitais, combate um dos maiores problemas da gestão da Saúde Pública, a superlotação. Com agendas online interligadas, é possível combinar opções e realizar o remanejamento de pacientes entre unidades de atendimento, sem que os mesmos precisem se deslocar diversas vezes em busca de consultas ou procedimentos por sua própria conta. Isso otimiza o uso do “estoque” de atendimento e equilibra a demanda ao deixar de sobrecarregar os espaços mais visados pelos cidadãos.

 

Comunicação com o Ministério da Saúde

Uma das justificativas para o não investimento em tecnologia pela rede pública costuma ser a falta de verbas. Mas o que não se sabe é que o retorno sobre o investimento (ROI) pela aquisição vem de forma mais rápida e direta do que se imagina.

Sabe-se que o Ministério da Saúde fornece uma verba fixa padrão para as instituições. Porém, o que muitos gestores de Saúde Pública desconhecem é haver um recurso de pagamento por produtividade, como uma renda variável destinada ao hospital ou unidade de atendimento que incide sob a produção registrada. Por exemplo: uma instituição faz oito mil procedimentos ao mês, com um custo unitário de R$ 1. O correto seria o órgão arcar com R$ 8 mil para compensar os gastos.

Contudo, estima-se que haja falhas de registro em 50% dos procedimentos, culminando na não remuneração por serviços ofertados. É a chamada glosa do serviço público e as dificuldades de comunicação com o Ministério da Saúde acontecem desde a esfera mais básica, na hora de preenchimento dos dados em formulários, pois, durante a transcrição das informações de fichas para tabelas, ocorrem diversos tipos de erros e extravios. São milhares de processos e atendimentos todo mês.

O uso de um sistema de gestão reduz esses erros a praticamente zero, já que os dados são coletados em tempo real, padronizadamente e enviados sob as exigências do órgão federal, sem perdas, sem extravio. Dessa forma, toda a glosa é reduzida e a entidade é remunerada por produtividade, e não mais por verbas fixas ou inferiores aos procedimentos que oferta.

Os benefícios do uso da tecnologia na gestão da Saúde começam com o mapeamento de demanda e aumento na agilidade do atendimento, passam pelo controle de despesas e possibilidade de maior acesso à renda governamental. Ao longo desse processo, há ganhos importantes, como:

  • A melhora da acessibilidade da população aos medicamentos;
  • Redução de índices de morbidades e mortalidades;
  • Aumento do índice de satisfação da população.

Todos esses pontos convergem para o ponto principal, buscado em redes públicas e privadas, o bem-estar dos pacientes.

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