A adoção da tecnologia por si só não basta para mudar a atenção familiar, mas o bom uso dessas ferramentas e possibilidades tecnológicas tem capacidade de trazer resultados efetivos ao setor

À medida que a expectativa de vida do brasileiro cresce, aumenta também a busca da gestão em Saúde por novas soluções para seguir oferecendo um cuidado assistencial seguro e de qualidade a todos. Nesse contexto,  o serviço de home care tem ganho destaque nos últimos anos, conforme indica o último Censo NEAD-Fipe de Atenção domiciliar 2019-2020.  

Os dados, que são os mais recentes do setor, registram 830 empresas de home care espalhadas pelo País e que, juntas, faturam cerca de R$ 10,6 bilhões a cada ano, com internações e atendimento domiciliares. Mas eles devem se multiplicar em breve, pois o novo Censo 2021-2022 já está sendo contabilizado pelo Núcleo Nacional de Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar (NEAD), em parceria com  Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).   

  “O setor de home care tem sido fortemente  impulsionado pela Saúde Digital e  toda tecnologia aplicada ao cuidado. Eu não vejo outra forma de novos negócios nesse mercado ganharem  escala  e rentabilidade a longo prazo sem essa utilização dos meios digitais”, Rodrigo Hins Calderaro, co-founder da WeCare 

Tal expansão do mercado de home care permanece em franca e acelerada expansão desde 2019, crescendo em torno de 30% ao ano. E a tendência deve ser mantida nos próximos anos por alguns fatores que valem destacar, como a carência histórica brasileira no número de leitos hospitalares, já que 74,3% dos municípios possuem menos leitos do que a OMS recomenda, e o envelhecimento da população: em 2043, um em cada quatro brasileiros terá mais de 60 anos, segundo previsão do IBGE.  

“Nesse contexto, as internações domiciliares custam, em média, 35% menos do que as hospitalares e podem colaborar ativamente no chamado processo de desospitalização”, revela Rodrigo Hins Calderaro, co-founder da WeCare — Gestão de Home Care, citando a tendência da gestão em Saúde em buscar o oferecimento de um maior conforto ao paciente para continuar seu tratamento em sua própria residência, por meio de um atendimento humanizado.  

Mas, assim como ocorre com as demais vertentes do setor de Saúde, o home care também foi diretamente impactado pela Saúde Digital. “Um exemplo básico é a utilização do prontuário eletrônico (PEP), onde todos profissionais e familiares têm acesso online a todo plano de cuidado do paciente”, cita Calderaro.  

Conheça, agora, as  inovações que estão remodelando o cuidado em Saúde em casa.   

• Telemedicina: A tecnologia que permite consultas não-presenciais também virou um grande aliado para os atendimentos domiciliares, especialmente durante a pandemia, quando o contato das equipes com os paciente por meio de videoconferências possibilitou levar cuidado médico até mesmo a locais mais remotos, onde o acesso aos profissionais da Saúde é limitado.
• Interação com familiares. Mesmo a Saúde Digital sendo um movimento ainda em evolução para o segmento de home care, já é possível que o paciente e seus familiares sejam beneficiados pelo uso de tecnologia, especialmente por meio da interação digital à distância para responder dúvidas sempre que preciso.  
• Acesso ao plano de cuidado. Por meio do acesso ao PEP, paciente e familiares podem consultar a agenda de procedimentos e os profissionais que irão realizar o atendimento, entre outras informações relevantes ao cuidado. 

Esses são apenas alguns exemplos do que já é possível, mas, para que a Saúde Digital crie novas soluções de fato, é preciso que as empresas de home care invistam na organização de seus processos internos, para que estejam muito claros para todos os envolvidos no cuidado. “Esse alinhamento é que vai permitir que os processos ganhem escala e, dessa forma, possam ter um crescimento significativo apoiado na tecnologia. Em muitos casos, é a implantação de um sistema de gestão que impulsiona e possibilita esse avanço para a gestão do home care”, finaliza Calderaro.