As 4 tecnologias essenciais da farmácia hospitalar eficiente

Gestão de medicamentos é fundamental para o bom funcionamento dos procedimentos clínicos, e a tecnologia é grande aliada no gerenciamento dos processos logísticos da farmácia

As 4 tecnologias essenciais da farmácia hospitalar eficiente

A farmácia hospitalar é crucial na prestação de uma boa assistência ao paciente, além da garantia de sua segurança. A gestão correta da dispensação de medicamentos traz à instituição a certeza da melhor administração desses recursos que, segundo dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), representam cerca de 11% dos custos do hospital. Para o controle eficiente, é essencial que os processos operacionais funcionem adequadamente e que sejam apoiados por ferramentas tecnológicas que otimizem o trabalho dos profissionais. 

Para a gestão hospitalar, o principal desafio é garantir a disponibilidade máxima dos insumos com o menor nível de estoque possível. Segundo Laura Maria Fontes Prado Moraes, mestre em ciências farmacêuticas e chefe da seção de farmácia hospitalar do Hospital da Força Aérea de São Paulo (HFASP), a gestão de insumos e medicamentos tem papel fundamental na assistência e garante a excelência da instituição.

"A farmácia hospitalar participa diretamente da assistência ao paciente. É dela que virão os medicamentos e materiais médico-hospitalares necessários para a assistência aos pacientes, e que serão fundamentais para o tratamento eficaz e recuperação da saúde. Destaca-se o papel dos farmacêuticos, que atuam na aquisição de itens, avaliação da prescrição médica e dispensação dos insumos."

Visando alcançar a eficiência no processo de dispensação de medicamentos, que inclui tanto a parte de armazenamento, organização e compras dos insumos quanto a responsabilidade por preparar e despachar as doses, a especialista aponta quatro tecnologias essenciais:

 

Software de logística de farmácia

No processo de gestão da farmácia, uma das tecnologias essenciais é o sistema informatizado de gerenciamento de estoque e de dispensação de medicamentos.

"Ele garante um controle de estoque, de modo a evitar falta de medicamentos e materiais, bem como desperdícios. Além disso, facilita para que o medicamento correto seja dispensado na hora correta e para o paciente certo", complementa a especialista.

Dentro desse processo é necessário destacar também o uso integrado de ferramentas presente no sistema de gestão do hospital, que ajuda a controlar os custos e informa a gestão hospitalar se ocorrer algum erro de procedimento.

 

Módulo de farmácia clínica

Essa ferramenta permite que o profissional avalie as prescrições dos pacientes em critérios pré-estabelecidos, como reação alérgica, super dosagem, baixa dosagem e interação medicamentosa. Além disso, a tecnologia permite criar alertas automáticos para medicamentos de alto custo, por exemplo, servindo de apoio tanto na garantia da segurança do paciente quanto na melhor gestão dos custos da organização de Saúde.

 

Sistema de checagem beira-leito

Após o medicamento ser preparado, a administração também deve ser acompanhada e checada para garantir a segurança do paciente e a eficiência do tratamento. Laura explica que a tecnologia tem papel fundamental para minimizar ocorrências de erros nesse processo.

"No que diz respeito à administração de medicamentos, destaco a checagem da medicação à beira leito, via código de barras e sistema informatizado atrelado à prescrição eletrônica. Essa é uma tecnologia que muito auxilia para que se garanta uma assistência segura, e com o menor número de erros possíveis", afirma.

 

Integração com o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)

A farmácia hospitalar deve estar totalmente integrada ao PEP para o sistema alertar, de forma on-line, que os medicamentos que estão sendo indicados possuem substâncias que causam reações alérgicas ao paciente, interações com medicamentos que ele já toma, entre outros aspectos que garantem alto nível de excelência e segurança na assistência.

 

Cuidados 

A especialista indica ainda a implementação da metodologia de gerenciamento de processos farmacêuticos. Segundo Laura, o planejamento estratégico da organização deve conter o desenho desses processos, incluindo desde como à dispensação irá ocorrer até o entendimento de como toda a cadeia de administração de medicamentos funcionará.

Ter um modelo claro é essencial para a assistência eficiente e também para a implantação das tecnologias que vão auxiliá-lo. Laura ainda destaca os principais cuidados que devem ser tomados pelo farmacêutico.

"A boa gestão da farmácia hospitalar envolve o gerenciamento de estoque (para que não haja faltas), análise criteriosa da prescrição médica (dose, via de administração, posologia, diluição, interações medicamentosas, contra-indicações, alegrias, entre outros), e conferência dos medicamentos dispensados aos pacientes." 

Para ela, o uso dessas ferramentas evita erros, que comprometem a assistência e podem trazer custos extras, como o aumento da estadia do paciente ou reinternação.

"Os erros relacionados à medicação podem afetar muito o tratamento, desde problemas relacionados à ineficácia terapêutica, interações medicamentosas, intoxicações, problemas relacionados à via de administração incorreta, problemas hepáticos e renais, dentre outros."

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta serem registrados 43 milhões de incidentes relacionados à segurança do paciente por ano e parte deles também está relacionada a erros de procedimentos farmacêuticos. Para diminuir essa incidência, deve-se adotar um modelo de notificação de pacientes, que seja integrado com outros sistemas.

O ideal é que exista uma tecnologia que reconheça o erro, e a notificação seja enviada diretamente para o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Notivisa, com informações sobre eventos adversos e graves. Toda notificação relacionada à Anvisa precisa gerar uma solução, uma ação para prevenir outras ocorrências do tipo. 

A farmácia do hospital, equipada com os sistemas necessários, é decisiva na eficácia do tratamento. Um bom gerenciamento e aplicação de medicamentos faz com que o paciente se sinta mais seguro e satisfeito, além de melhorar a imagem da instituição.

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