Por que atentar para a cadeia de suprimentos na gestão hospitalar

Estratégia, planejamento, controle e tecnologias devem fazer parte do gerenciamento de insumos e medicamentos.

Por que atentar para a cadeia de suprimentos na gestão hospitalar

Envolto em um cenário de estrangulamento, o setor saúde precisa reavaliar suas reais prioridades de governança estratégica. Reduzir custos e obter assertividade em investimentos podem ser as melhores alternativas para o período de retração.

Como um dos pilares da gestão hospitalar é a cadeia de suprimentos, essa máquina que alimenta a área assistencial pode se tornar grande ofensora à gestão hospitalar quando mal gerida. Em contraponto, a conquista de eficiência na administração da cadeia de suprimentos, que engloba insumos e medicamentos, traz impactos altamente positivos nos resultados das instituições.

Com a transformação digital, grandes fornecedores passaram a adotar plataformas de cotações virtuais provendo suas ofertas ao mercado. Como a área da saúde aprimora cada vez mais seus processos de digitalização, as instituições do setor também passaram a ofertar suas demandas. Melhor, com suas condições estabelecidas.

Ferramentas de cotações inteligentes permitem ao gestor amplo controle sobre o cronograma de compras, uma predição necessária ao mercado ávido por rentabilidade máxima em cada negociação. Agrupamento de compras ou estratificação por produtos, pouco importa. O que vale mesmo é seguir o condicionamento da margem e da alçada possível de aprovação. Tudo controlado por ferramentas tecnológicas.

O advento do Hospital Digital foi primordialmente assistencial, mas não pode ser meramente assistencial. Pensar em automação e controle inteligente de processos é algo que deve fazer parte do mindset dos gestores na área de saúde. Toda a governança deve estar voltada para investimento em cultura digital e tecnológica. Não existe mais espaço para os riscos dos controles manuais.

Controles esses que, na cadeia de suprimentos, precisam ser bem executados e permear o ciclo operacional por completo. Não é fácil, por exemplo, administrar um cadastro de insumos, que segundo o Cadastro Geral de Insumos Médicos (CGIM) já ultrapassa os 15 mil itens associados. Agregado a isso tem ainda todo o contexto do negócio hospitalar, que engloba materiais de escritório e informática, higiene, limpeza, saneantes, descartáveis, manutenção predial, laboratório, gêneros alimentícios, rouparia, tecido e equipamentos médicos e cirúrgicos.

Ufa! Só pelo fato de listar tudo isso é preciso recuperar o fôlego, imagine controlar a cadeia sem automação. Saldos, inventários, compras, cotações, transferências... tornar esses processos operacionais seguros, sustentáveis e rentáveis certamente demanda investimento em tecnologia de ponta que, preferencialmente, apresentem integração e comunicação com os players de mercado.

A seguir, são listados alguns fatores relevantes que afetam diretamente a cadeia de suprimentos:

  1. Objetivo: Compartilhamento e alinhamento do mesmo foco com os membros da cadeia;
  2. Gestão: Gerenciamento dos fluxos de produtos, serviços, pessoas e informações nos diversos níveis e envolvendo os diversos membros;
  3. Tecnologias de interfaces: Colaboração estratégica com os parceiros a montante e a jusante, considerando as atividades de suprimentos, fabricação e distribuição;
  4. Relacionamento: Construção de relações duradouras como foco na satisfação dos clientes e processos de gerenciamento de reclamações e sugestões;
  5. Parcerias: Relação de longo prazo com fornecedores para compartilhamento otimizado de informações e construção de confiança;
  6. Estratégias da cadeia: Seleção de fornecedores conforme alinhamento estratégico e planejamento de longo prazo;
  7. Riscos e recompensas: Distribuição justa dos riscos, custos e benefícios entre os membros da cadeia, visando o benefício coletivo e a longo prazo.

Investir, portanto, na cadeia de suprimentos é cuidar de um dos pontos mais sensíveis na geração do negócio em saúde. A sustentação do modelo assistencial e dos resultados financeiros está diretamente ligada à eficiência na gestão de insumos e medicamentos. Então, não existe possibilidade de produzir algo de qualidade sem uma esteira de suprimentos com o mesmo nível.

*Por Dennis Lima

Com formação em gestão de projetos e sistemas de informação, é gerente de Serviços na MV e possui participação ativa em projetos de implantação, desenvolvimento e migração tecnológica. Também acumula mais de 20 anos de experiência em cadeia de suprimentos.

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