5 perguntas sobre o futuro do Hospital Digital

Mudança do papel da TI e uso de analytics para avaliar dados coletados por sistemas informatizados mudam a rotina das organizações de Saúde

5 perguntas sobre o futuro do Hospital Digital

O conceito de Hospital Digital representa a digitalização de processos gerenciais e assistenciais visando melhorar o desempenho da gestão e garantir a qualidade do atendimento, com maior segurança do paciente. Organizações que visam continuar competitivas e ativas no mercado de Saúde já iniciaram esse movimento no Brasil. Mas o que esperar do futuro? 

A resposta está na seção “5 perguntas sobre” com Heitor Gottberg, consultor da Folks. Acompanhe:

 

1. Quais são as principais tendências para o Hospital Digital nos próximos anos?

Gottberg — São três as principais tendências do Hospital Digital para os próximos anos. A primeira diz respeito à forma como a tecnologia da informação (TI) é vista nos hospitais. O departamento foi criado nessas organizações na primeira onda de implantação dos prontuários eletrônicos, visando registrar os dados. Mas agora se começa a perceber que a TI vai muito, além disso, e pode se tornar estratégica para o processo assistencial.

A segunda tendência está relacionada à segurança da informação. Com a informatização, é necessário que o Hospital Digital invista pesado para evitar ataques de hackers e perda de dados. Por fim, a terceira tendência é o analytics, para utilizar de forma cada vez mais inteligente as informações reunidas pelos sistemas de gestãoinformatizados. Essa é a chave para o futuro do Hospital Digital.

 

2. De que forma o Brasil está inserido nesse contexto?

Gottberg — O modelo utilizado para avaliar o Hospital Digital é o da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), dividido em oito níveis, do estágio 0 ao estágio 7, este último considerado o modelo completo, paperless, que usa a informatização para melhorar o atendimento, utiliza analytics e conta com um Plano de Recuperação de Desastres (DRP — Disaster Recovery Plan). Quando o hospital alcança o Estágio 6, quer dizer que pode ser considerado digital em pelo menos um setor.

Para se ter uma ideia do contexto do Brasil no futuro do Hospital Digital, basta avaliar o número de organizações certificadas pela HIMSS. Em 2017 temos apenas uma instituição no estágio 7, o Hospital Unimed Recife, e 15 no estágio 6. Apesar de o modelo de avaliação da HIMSS ter ajudado a dar clareza sobre o passo a passo para se tornar um Hospital Digital, o tema ainda tem amplo espaço para desenvolvimento no País.

 

3. Qual a importância da gestão de pessoas no Hospital Digital do futuro?

Gottberg — O Hospital Digital é aquele que não tem apenas os dados informatizados, mas também os analisa em busca de insights que geram impacto direto na assistência. Por isso, a maneira como é feita a gestão de pessoas é determinante para a plena transformação das organizações.

É preciso criar e acompanhar indicadores de todas as áreas a fim de orientar funcionários com mais precisão. No futuro, haverá cada vez mais dados disponíveis, inclusive de dispositivos médicos de uso pessoal, e será preciso uma equipe bem treinada para enxergar além e garantir o pleno uso dessas informações.

 

4. O que muda na gestão com o desenvolvimento dessas novas tecnologias?

Gottberg — O gestor precisa saber que o projeto para o Hospital Digital não é somente da TI. Isso significa que apenas informatizar não garante resultados. Essa transformação precisa ser uma demanda da direção do hospital, porque dessa forma permeia os demais departamentos. A grande mudança de cultura é que a TI precisa ser vista como aliada a fim de ajudar tanto na gestão quanto na assistência.

 

5. O que representa o Hospital Digital do futuro para o paciente?

Gottberg — Para o paciente, é a garantia da melhor qualidade assistencial, com segurança e inovações tecnológicas a serviço de sua saúde. Isso se traduz em médicos que prescrevem medicamentos sem risco de ocorrer interações indesejadas ou alergias, ou em enfermeiras que não perdem o horário do medicamento e não aplicam remédios no paciente errado, apenas para citar exemplos. A revolução do Hospital Digital tem como principais objetivos a qualidade do atendimento ao paciente, garantida juntamente com o equilíbrio financeiro da organização.

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