Entenda como otimizar sua gestão em saúde pública

O cerne do problema não é, necessariamente, a falta de recurso, mas a ausência de uma gestão realmente profissional na alocação dos montantes disponíveis.

Entenda como otimizar sua gestão em saúde pública

Os repasses de recursos da União aos estados e municípios (principalmente por meio do Fundo Nacional de Saúde), além da obrigatoriedade constitucional de aplicação mínima de verbas no setor (12% das receitas aos estados e, no caso dos municípios, 15%) não têm sido suficientes para garantir a excelência na gestão em saúde pública no país. Esse cenário é ainda mais visível em cidades mais afastadas dos grandes centros, que sofrem com a falta de infraestrutura dos hospitais, postos de saúde e prontos-socorros, bem como com a ausência de profissionais para atender a população com a rapidez e a precisão necessárias.

Alguns dos principais fatores que conduzem à má utilização dos recursos:

  • Compra desmedida de medicamentos sem estudo prévio de demanda (resultando na frequente deterioração de toneladas de fármacos no Brasil);
  • Negligência nos processos licitatórios (que ocasiona mau funcionamento de equipamentos básicos);
  • Gestores de instituições de saúde sem qualquer experiência em gerenciamento de processos ou controle do workflow de uma unidade de saúde.

Esses são apenas alguns dos calcanhares de Aquiles da saúde pública no país. Contudo, essas lacunas de eficiência podem ser sanadas por meio de ações gerenciais de impacto.

Por mais que eficiência, produtividade e foco em resultados sejam virtudes da iniciativa privada, elas podem ser perfeitamente trazidas para dentro da cultura organizacional do setor público. E é sobre isso que falaremos nos próximos tópicos. Conheça algumas ações para otimizar a gestão em saúde pública, fazendo mais com menos e transformando a rede de seu estado ou município em um modelo para todo o país.

 

Gestão de estoque

As empresas bem-sucedidas sabem muito bem que estoque parado significa dinheiro parado. E capital estagnado é o pesadelo de qualquer gestor. Pensando nisso, a área de administração de materiais acabou desenvolvendo uma série de métricas e estratégias gerenciais para reduzir o estoque ao mínimo necessário, diminuindo assim seus custos, mas sem arriscar ver a instituição desabastecida.

Muitas dessas técnicas podem ser perfeitamente usadas pela gestão em saúde pública, especialmente se considerarmos que as despesas com insumos representam um dos vetores de custo mais impactantes no setor. Para você ter uma ideia melhor, as despesas com medicamentos nos hospitais respondem por cerca de 20% do total de seus gastos. Não dá para simplesmente ignorar essa porcentagem.

Assim, o monitoramento constante do nível dos estoques de medicamentos deve ser feito com base em ferramentas de controle de almoxarifado, além do acompanhamento dos indicadores analíticos por soluções de Business Intelligence, softwares que utilizam dados de cada unidade da rede (como flutuação de demanda, estatísticas de medicamentos mais utilizados por mês, custo-benefício na aquisição de cada item, taxas de deterioração e assim por diante), agregando todas essas variáveis a serem trabalhadas de forma eletrônica, gerando dados essenciais à gestão de custos. Aí entram ponto de pedido ideal para cada medicamento, níveis de rotatividade dos estoques, estoque mínimo e muito mais.

 

Gestão de pessoas

Ações de sucesso em diversas multinacionais, bem como estudos na área de psicologia corporativa, comprovaram a ampliação da eficiência produtiva que pode ser conseguida por meio da visão da força de trabalho como o mais valioso capital de uma organização. Desse modo, a liderança democrática ocupa o lugar da chefia autoritária, bastante comum no setor público.

A avaliação de desempenho em 360º toma o espaço dos preenchimentos de formulários puramente formais da administração pública, verdadeiras ilusões burocráticas em matéria de avaliação de performance. A instituição de gratificação por desempenho é inserida para motivar os servidores, ampliar seus rendimentos e comprometê-los com o alcance de metas reais e fixadas em conjunto com a equipe.

Já ouviu falar que, às vezes, uma pequena diferença faz toda a diferença? É exatamente esse o caso: basear-se na concepção de valorização do capital humano em detrimento da visão ultrapassada dos servidores públicos como mera mão de obra estatal.

 

Parcerias com o governo

Não é nenhum segredo que a liberação de recursos por parte da União é vagarosa. Mas o problema é que, muitas vezes, esse atraso pode comprometer investimentos ou a manutenção adequada da rede estadual, ou municipal. Para minimizar os impactos desse ponto crítico, o ideal é realizar parcerias com o governo federal, por meio da troca de recursos de interesse de ambos, resultando em benefícios no setor de saúde local.

A construção de uma Unidade de Pronto Atendimento municipal financiada com recursos da União, em detrimento da compensação no custeio e manutenção da unidade. Essa espécie de economia solidária do setor público já vem sendo realizada por alguns municípios pelo país afora com extremo êxito especialmente para a população que depende da eficiência de Unidades Básicas de Saúde, prontos-socorros e hospitais municipais. O mesmo pode ser feito com Organizações Não Governamentais (ONGs), no que se refere à prestação de alguns serviços de saúde, como o Programa Saúde da Família (PSF) e de combate à dengue.

 

Sistema de gestão integrado

Por menor que seja o município, sua rede de saúde pública possuirá ramificações complexas que, para serem bem geridas, precisam da integração. Controlar o abastecimento em diversas unidades, hospitais e centros de saúde, monitorar a atuação dos servidores envolvidos nos Programas de Saúde da Família, além de realizar previsões de aumento da demanda por leitos e eclosão de epidemias são tarefas que só podem ser alcançadas em sua plenitude por meio de um bom sistema de gestão em saúde.

O ideal é que seja um sistema único, em substituição às dezenas de aplicações ultrapassadas que costumam ser desenvolvidas, localmente, para cada serviço de saúde. No lugar da fragmentação, que gera evasão de recursos e gastos desnecessários, deve-se investir em um sistema de gerenciamento em saúde completo, que controle integradamente a compra de medicamentos, o histórico de relacionamento com fornecedores, as atas de registros de preços e assim por diante.

Fornecedores de soluções de impacto gerencial como essas também podem ser responsáveis pela implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), que dará mais agilidade ao atendimento e segurança às decisões médicas. Há ainda a possibilidade de integrar os referidos sistemas com soluções de Big Data, a fim de usar os dados gerados como insights para o monitoramento constante do fluxo de trabalho e da demanda de cada unidade de saúde. Isso sem falar na possibilidade de utilizar dispositivos móveis para facilitar o trabalho das equipes de campo especializadas em atenção primária.

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