BI e BA: principais diferenças e quando usar na gestão em Saúde
Juntas, ferramentas de Business Intelligence e Business Analytics ajudam as organizações a alcançar todo o potencial dos dados, produzindo informação em tempo real para apoiar a tomada de decisão
Business Intelligence e Business Analytics são dois conceitos parecidos e costumam causar dúvidas até nos mais experientes. Ambos têm a ver com a cultura de dados e são importantes para a manutenção dela. Entretanto, há algumas diferenças básicas entre o BI e o BA que devem ser compreendidas para que ambos sejam trabalhados corretamente na gestão em Saúde.
Cesar Ripari, diretor de pré-vendas da Qlik na América Latina, ajuda a identificar as principais diferenças, a começar pelo Business Intelligence:
“BI é todo e qualquer processo ou ferramenta que permite uma melhor tomada de decisão para o negócio olhando para os dados que já existem. Por isso, ele ajuda a responder perguntas como: ‘O que aconteceu?’ e ‘Por que aconteceu?’”
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O especialista compara o BI com os relatórios gerenciais de antigamente, nos quais, uma gama de informações eram reunidas em um mesmo documento, apoiando a gestão em Saúde a decidir tendo por base um cenário que já aconteceu.
Essa tecnologia foi evoluindo com o tempo, especialmente com a chegada de novos sistemas, como ERPs e CRM, e de ferramentas que permitiam o downsizing, ou seja, uma redução de etapas para a manipulação dos dados coletados.
“Por isso, hoje já estamos em uma terceira geração do BI, que permite a democratização dos dados para uma melhor tomada de decisão com base em informações distintas”, resume Ripari.
A principal vantagem nesse novo BI é que o próprio usuário pode escolher e juntar apenas as informações que achar mais relevantes para fazer um cruzamento de dados personalizado.
“Chamamos essa evolução do BI de inteligência ativa, uma ferramenta tão poderosa que permite que as informações novas sejam processadas quase que em tempo real e, dessa forma, a tomada de decisão na ponta também é mais rápida”, destaca o diretor.
O maior objetivo do BI atualmente é fazer em um tempo muito próximo do real todo o processo de recebimento dos dados, seguido de seu processamento, organização, entendimento e pesquisas para ser tomada uma determinada ação.
“Mas hoje em dia são tantos dados disponíveis que fica difícil adotar uma mesma plataforma para ter o melhor entendimento do que é preciso. E é aí que entra o BA”, conta Ripari.
As ferramentas de analytics têm muitos compartimentos capazes de analisar os dados por diversas óticas, usando até mesmo recursos como inteligência artificial. Para o diretor, esse é o maior diferencial:
“Penso que é impossível para qualquer empresa hoje — e em especial na Saúde — avançar sem o analytics porque ele traz respostas muito mais rápidas e que podem levar a ideias e insights que a gestão em Saúde normalmente não teria.”
O BI, portanto, é mais abrangente e foca mais na ideia e no processo de como fazer algo, enquanto o analytics cuida da ferramenta que organiza os dados para a melhor tomada de decisão. Como, então, fazer um bom casamento dessas duas ferramentas? Ripari é quem responde:
“A boa união acontece quando há um rápido poder de processamento da máquina de um lado, que consegue ver todas as possibilidades, mas há também um ser humano altamente intuitivo do outro lado, que toma as decisões com base nos dados e em sua própria experiência. Essa é a melhor interação em prol do negócio.”
No caso da gestão em Saúde, as aplicações dessas ferramentas são inúmeras e podem identificar tanto a saúde do paciente quanto a saúde financeira da instituição, como exemplifica Ripari:
“Existem indicadores que olham a saúde do paciente [como o quanto ele está doente, por qual tipo de procedimento passou, qual foi o resultado do procedimento etc.] e criam um conjunto de estudos que, futuramente, pode ser aplicado em outras pessoas. Mas há também outros que ajudam o hospital a entender de forma rápida o gerenciamento de sua cadeia de suprimentos para que ocorram melhorias nos processos. São informações como tempo de internação, média de dias de internação em busca de desvios, etc.”
Para tirar o maior benefício do uso conjunto de BI e BA, é recomendado ter uma equipe que, além de conhecer tecnicamente as ferramentas, saiba como todo o processo é feito.
“Ter uma equipe interna capaz de identificar esses processos é fundamental para o sucesso da preditividade. Portanto, é importante motivar os profissionais de Saúde a se tornarem mais analíticos”, sugere Ripari.
Assim, ao entenderem como os processos podem ser melhorados, a gestão em Saúde pode seguir para a sua automatização e, assim, garantir que as decisões sejam tomadas de forma cada vez mais rápida.