Além das siglas: decifrando a certificação ONA e seu impacto na gestão hospitalar

O processo de adequação à certificação ONA envolve uma série de desafios significativos, que vão desde a mudança cultural e a gestão de recursos até a implementação de novos processos e a manutenção da conformidade.

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No cenário atual da saúde, a busca pela excelência nos serviços prestados é constante. A certificação ONA (Organização Nacional de Acreditação) se destaca como um importante selo de qualidade para instituições hospitalares no Brasil. Mais do que uma simples credencial, a certificação ONA reflete um compromisso com a melhoria contínua, a segurança do paciente e a eficiência operacional. 

 

Certificação ONA: o que significa e por que ela é tão importante

A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a qualidade e a segurança nos serviços de saúde no Brasil. A certificação ONA é um processo de avaliação voluntário que analisa a conformidade das instituições hospitalares com padrões estabelecidos de qualidade e segurança.

A importância da certificação ONA reside no seu papel como um indicativo de excelência. Os hospitais certificados são reconhecidos por adotarem práticas que garantem um ambiente seguro para os pacientes, com processos bem definidos e equipes capacitadas. Este reconhecimento pode ser um diferencial competitivo no mercado, atraindo mais pacientes e parcerias estratégicas para a instituição.

 

Critérios de avaliação da ONA: entendendo os requisitos para a certificação

O processo de certificação ONA é dividido em três níveis, cada um representando um grau de maturidade na gestão da qualidade e segurança do hospital:

  • Nível 1 - Acreditado: esse nível foca na segurança do paciente e no cumprimento de processos essenciais da instituição. Ele tem validade de 2 anos e recebe visitas de manutenção a cada 8 meses. 
  • Nível 2 - Acreditado Pleno: além da segurança, o nível 2 avalia a gestão integrada dos processos, a comunicação interna e a gestão de recursos. Ele também possui validade de 2 anos e recebe visita de manutenção a cada 8 meses. 
  • Nível 3 - Acreditado com Excelência: o nível 3 engloba todos os critérios dos níveis anteriores, adicionando a gestão da melhoria contínua, o uso de indicadores de desempenho e a cultura de inovação. Ele possui validade de 3 anos e recebe visita de manutenção a cada ano. 

Os critérios de avaliação incluem aspectos como a estrutura física, os processos assistenciais, a qualificação da equipe, a gestão de medicamentos, a segurança e a qualidade no atendimento ao paciente, entre outros.

 

Benefícios da certificação ONA para a qualidade dos serviços hospitalares

A certificação ONA oferece uma série de vantagens que impactam diretamente a qualidade dos serviços hospitalares:

 

Melhoria contínua da qualidade

  • Implementação de práticas de melhoria: hospitais certificados pela ONA são incentivados a adotar práticas de melhoria contínua, utilizando ferramentas como a análise de indicadores de desempenho e auditorias internas. Isso permite a identificação de áreas que necessitam de ajustes e a implementação de ações corretivas de forma sistemática.
  • Cultura de excelência: a certificação promove uma cultura organizacional focada na excelência, onde todos os colaboradores se comprometem a buscar constantemente a melhoria dos processos e serviços oferecidos.

 

Segurança do paciente

  • Protocolos padronizados: a certificação exige a adoção de protocolos padronizados para procedimentos médicos e administrativos, reduzindo a variabilidade e os erros. Isso garante que todos os pacientes recebam cuidados de alta qualidade de forma consistente.
  • Capacitação contínua: hospitais acreditados investem continuamente na capacitação de seus profissionais, assegurando que eles estejam sempre atualizados com as melhores práticas e diretrizes de segurança do paciente.

 

Eficiência operacional

  • Gestão integrada de processos: a ONA incentiva a integração e a coordenação entre diferentes departamentos e unidades hospitalares, promovendo uma operação mais coesa e eficiente. Essa união reduz a ocorrência de falhas e retrabalhos, otimizando o uso dos recursos da instituição.
  • Melhor alocação de recursos: a certificação ajuda os hospitais a identificar e eliminar desperdícios, garantindo que os recursos sejam utilizados de maneira mais eficiente, o que pode resultar em redução de custos operacionais.

 

Satisfação dos clientes

  • Confiança e credibilidade: pacientes e familiares tendem a confiar mais em hospitais certificados, pois a acreditação é um indicativo de que a instituição segue rigorosos padrões de qualidade e segurança. Isso pode aumentar a satisfação dos usuários e a sua lealdade à instituição.
  • Feedback positivo: a certificação também envolve a coleta e análise de feedbacks, permitindo que os hospitais ajustem seus serviços com base nas necessidades e expectativas dos clientes, melhorando assim a experiência do usuário.

 

Reconhecimento e competitividade

  • Diferenciação no mercado: hospitais acreditados pela ONA se destacam no mercado de saúde, podendo atrair mais pacientes, convênios e parcerias estratégicas. A certificação funciona como um selo de qualidade que pode ser utilizado nas campanhas de comunicação e marketing da instituição.
  • Acesso a novas oportunidades: instituições certificadas podem ter acesso a novas oportunidades de financiamento, convênios com operadoras de saúde e participação em programas governamentais, ampliando suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento.

 

Quais os principais desafios no processo de adequação com a ONA

A busca pela certificação ONA é um esforço valioso, mas também repleto de desafios que podem variar de acordo com o tamanho e a complexidade da instituição hospitalar. Entender e superar esses desafios é essencial para alcançar a acreditação. Vamos detalhar os principais obstáculos enfrentados pelos hospitais no processo de adequação à certificação ONA:

 

1. Cultura organizacional

Resistência às mudanças: A implementação de uma cultura de qualidade e segurança pode encontrar resistência por parte dos colaboradores, especialmente aqueles acostumados a práticas antigas. Mudar mentalidades e comportamentos exige tempo e esforço contínuo de liderança.

Engajamento da equipe: É fundamental engajar todos os níveis hierárquicos no compromisso com a certificação. Isso requer uma comunicação clara e constante, além de treinamento e capacitação para que todos compreendam a importância do processo.

 

2. Recursos financeiros

Investimentos necessários: Adequar-se aos padrões exigidos pela ONA pode demandar investimentos significativos em infraestrutura, tecnologia e equipamentos. Muitas instituições, especialmente as públicas ou com restrições orçamentárias, podem encontrar dificuldades para arcar com esses custos.

Retorno sobre investimento: Embora a certificação possa trazer benefícios a longo prazo, o retorno financeiro imediato pode não ser evidente, o que pode gerar hesitação na alocação dos recursos necessários.

 

3. Gestão de mudanças

Implementação de novos processos: A certificação ONA requer a implementação de novos processos e a revisão dos existentes para atender aos critérios de qualidade e segurança. Isso pode ser um desafio logístico e administrativo, exigindo uma gestão consciente das mudanças.

Integração de sistemas: Integrar novos sistemas de gestão de qualidade e segurança com os já existentes pode ser complexo, especialmente em hospitais com sistemas legados ou tecnologias desatualizadas.

 

4. Capacitação e treinamento

Qualificação contínua: A certificação exige que os colaboradores estejam continuamente atualizados e capacitados, o que demanda tempo e recursos para treinamentos regulares e programas de educação continuada.

Alinhamento de conhecimentos: Garantir que todos os colaboradores, desde a equipe administrativa até os profissionais de saúde, estejam alinhados com os novos protocolos e procedimentos é um desafio constante.

 

5. Monitoramento e avaliação

Manutenção da conformidade: Atingir a certificação é apenas o começo. Manter a conformidade com os padrões da ONA requer monitoramento contínuo e avaliações periódicas para garantir que os níveis de qualidade e segurança sejam mantidos.

Uso de indicadores: Implementar e utilizar indicadores de desempenho de forma eficaz para monitorar a qualidade dos serviços e a segurança do paciente pode ser desafiador, especialmente em instituições que não têm uma cultura de uso de dados para tomada de decisões.

 

5. Complexidade dos padrões

Interpretação dos critérios: Os critérios de certificação da ONA podem ser complexos e sujeitos a diferentes interpretações. Em um primeiro momento, as instituições podem enfrentar dificuldades para compreender e implementar todos os requisitos de forma precisa.

Atualizações regulares: A ONA atualiza regularmente seus padrões e critérios para refletir as melhores práticas em saúde. Manter-se atualizado com essas mudanças e ajustar os processos internos conforme necessário é um desafio contínuo.

 

Conclusão

A certificação ONA é mais do que uma mera formalidade; ela representa um compromisso real com a qualidade, a segurança do paciente e a melhoria contínua dos processos hospitalares. Embora o caminho para a certificação possa ser desafiador, os benefícios em termos de eficiência operacional, segurança e satisfação do paciente fazem com que o esforço valha a pena. 

Hospitais que buscam a certificação ONA demonstram um compromisso com a excelência que pode aumentar a confiança de pacientes e colaboradores, consolidando sua reputação no mercado de saúde. 

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