Radiologia Digital: os oito estágios de implantação

Implantação de tecnologia em centros de diagnóstico melhora os processos de trabalho de funcionários e o atendimento aos pacientes

Radiologia Digital: os oito estágios de implantação

A implantação da radiologia digital em centros de diagnóstico proporciona melhorias tanto nos processos de trabalho quanto no atendimento aos pacientes. Sob o conceito, os equipamentos médicos são unidos à informática para gerar imagens detalhadas, que combinam mapeamento anatômico e metabólico. Com a tecnologia, inaugurou-se nova era na detecção e prevenção de doenças, pois há exames que só são possíveis ou mesmo viáveis no mundo digital. Profissionais têm mais segurança e tempo para fazer laudos, garantindo aos pacientes melhor tratamento.

Em pesquisa realizada pela Canada Health Infoway, no Canadá — país que possui rede de atendimento radiológica 99% digital —, a melhora nos processos de trabalho e mais facilidade no acesso às imagens são citadas por 93% dos profissionais, enquanto 85% apontaram melhorias no cuidado aos pacientes.

 

Economia de tempo e dinheiro

Ao se digitalizar, o centro de diagnóstico ganha não só a melhoria da capacidade de atendimentos, mas também a otimização dos processos de trabalho, sendo automatizados. Essa maior produtividade se junta à economia de dinheiro e tempo trazida pela diminuição no número de impressões em películas, caras e, inclusive, danosas ao meio ambiente. Há soluções que imprimem arquivos sob demanda, apenas quando os pacientes solicitam os resultados na recepção — diminuindo muito o volume.

Já para o paciente, a digitalização garante a segurança de um diagnóstico obtido por meio de tecnologia de ponta, com equipamentos cada vez menos invasivos e cuja imagem mostra com mais nitidez o resultado do exame. Há ainda a facilidade do acesso mais rápido e cômodo ao laudo, que fica armazenado no sistema para que o médico possa consultá-lo a qualquer momento, sem a necessidade de que o paciente vá ao consultório com a película em mãos.

 

Requisitos de instalação

Para que o centro de diagnóstico realize a implantação da radiologia digital, são necessários alguns ajustes. O Modelo de Adoção de Imaginologia Digital (Diam, na sigla em inglês) pode auxiliar neste processo. Ele foi elaborado pela Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), associação focada em estimular a TI em Saúde, em colaboração com a Sociedade Europeia de Radiologia (ESR, da sigla em inglês). São oito estágios — cinco iniciais, que se aplicam a qualquer entidade, e três especializados.

 

Etapas comuns:

  • Estágio 0 - Acesso restrito ou inexistente à gestão de imagens eletrônicas
  • Estágio 1 - Infraestrutura de imaginologia digital disponível em área específica
  • Estágio 2 - Infraestrutura de imaginologia digital disponível em toda a entidade
  • Estágio 3 - Processos de trabalho e de segurança da informação devidamente implementados
  • Estágio 4 - Gestão de imagens totalmente integrada e digital

 

Etapas especializadas:

  • Estágio 5: Capacidade de análise avançada e medicina personalizada
  • Estágio 6: Uso de imagem para apoio às decisões clínicas no modelo de medicina baseada em valor, ou que priorize a satisfação do paciente
  • Estágio 7: Troca avançada de informações de saúde e engajamento do paciente.

Na prática, primeiro é preciso verificar se todos os equipamentos do centro de diagnóstico possuem saída digital e conforme o padrão Dicom — mais utilizado do mercado —, o protocolo facilita a transmissão de informação entre dispositivos.

Em seguida, é preciso analisar a infraestrutura, que necessita de computadores que sigam as especificações mínimas, monitores especiais para a visualização das imagens, rede potente que permita a conexão dos dispositivos e uma solução de armazenamento de arquivos. Neste último caso, entidades maiores necessitam de disco ótico e até robôs, os chamados junkbox, para recuperar os dados. Estruturas menores podem utilizar servidores in loco ou na nuvem, opção cada vez mais barata.

Entre os softwares necessários está o Sistema de Informação de Radiologia (Radiology Information System, ou RIS), responsável pela gestão de laudos, controle de entrega de laudos com protocolos, rastreamento de pacientes, monitoramento de resultados, entre outros. É necessário ainda o Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Picture Archiving and Communication System, ou PACS), que armazena e transmite os exames, permitindo que os dispositivos se comuniquem entre si, e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), ferramenta para manter históricos compreensivos. É opcional a implantação de um portal de exames, site seguro na internet que permite aos pacientes recolher os arquivos em casa.

Lembrando ainda que, para implantar um sistema de radiologia digital no centro de diagnósticos, é necessária uma mudança de processos, com acompanhamento constante, baseado em equipe própria ou fornecedores.

Notícias MV Blog

;