Saúde Digital: você está fazendo isso errado
Redução de erros de comunicação garantem a segurança do paciente e otimizam a assistência
O Brasil possui 4.466 hospitais privados, segundo o estudo "Cenário dos Hospitais no Brasil 2021-2022", da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde). Essas instituições estão em diferentes regiões geográficas, visam ou não o lucro, são de variados portes, especialidades e complexidades. Em comum têm a necessidade de prestar uma assistência de qualidade ao mesmo tempo em que obtêm resultado financeiro. Há inúmeros gargalos que impedem a sustentabilidade no longo prazo, especialmente em um cenário de desenvolvimento para a Saúde Digital, onde ainda há erros de aprendizados.
A pandemia do coronavírus forçou a digitalização de diversos negócios - incluindo o segmento de Saúde. Feita às pressas, a inovação em Saúde pode ter gerado problemas que, apesar de não serem suficientes para comprometer a funcionalidade da operação, geram perdas e gargalos importantes para a gestão da Saúde.
Conheça quatro erros comuns:
Falta de padronização:
um erro que nasce no offline e, se não for corrigido, é apenas transferido para o online. Ao deixar de lado o gerenciamento de processos - composto pelo mapeamento, estruturação e gestão das atividades - a instituição também está abandonando uma política de custos transparente, comprometendo o seu resultado e afetando a experiência do paciente.
Sistemas independentes:
de nada adianta apostar na Saúde Digital se os departamentos da instituição estiverem ilhados em seus sistemas próprios, que não trocam informações e, muitas vezes, geram retrabalho na inserção de dados.
Falta de engajamento e treinamento:
nem só de processos e tecnologia se faz a Saúde Digital. A capacitação dos recursos humanos é fundamental para o sucesso de sua implantação. Sem isso, erros médicos e administrativos podem se tornar comuns na prestação de assistência, comprometendo a eficiência, a confiança e a reputação da instituição.
Falta de análise das glosas:
se um erro não é analisado, ele não pode ser corrigido. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), 73% dos associados perceberam que as glosas estão aumentando e o percentual médio de glosa inicial chegou a 11% - um recorde histórico. A falta de uma rápida gestão das glosas pode impactar diretamente no ciclo de faturamento da instituição, que demora mais para receber pelos serviços já executados, e compromete um dos principais benefícios da digitalização dos processos no back office, que é a acuracidade das informações e melhora dos ciclos de faturamento.
Interoperabilidade é a base
A interoperabilidade - a capacidade de diferentes sistemas de informações se comunicarem e intercambiarem dados - é fundamental para garantir a percepção holística e integral de uma instituição na Saúde Digital. Sem ela, a tomada de decisão pode ser prejudicada por uma visão parcial, departamentalizada, o que tende a favorecer a ocorrência de erros. A tecnologia que garante esse funcionamento integrado já existe, mas deve também extrapolar os muros do hospital e garantir a comunicação entre todos os agentes envolvidos no cuidado.
Quando há interoperabilidade, os sistemas se comunicam por meio de padrões de linguagem e protocolos, permitindo que as informações sejam compartilhadas por profissionais de diferentes departamentos de um hospital.