Transformação digital na Saúde: da tecnologia à integração do setor

TI aliada à gestão transforma a assistência com foco no paciente; hospitais, operadoras e demais organizações devem trabalhar juntos para potencializar mudanças

Transformação digital na Saúde: da tecnologia à integração do setor

A transformação digital tem potencial para revolucionar a Saúde. Com o avanço das tecnologias, processos de backoffice e assistenciais são automatizados e há melhorias tanto no atendimento e segurança do paciente quanto nos resultados financeiros das instituições. Para isso acontecer, as organizações precisam aliar estratégias de gestão às inovações e, ainda, unir os diversos agentes envolvidos na assistência, como:

  • Hospitais;
  • Operadoras de Saúde;
  • Laboratórios;
  • Clínicas e entre outros.

Esses foram os temas tratados na Semana da Saúde 2018, evento virtual promovido pela MV em comemoração ao Dia Mundial da Saúde (7 de abril). O tema geral da ação foi “Transformação digital na Saúde: impactos das mudanças no futuro do setor”. Veja abaixo o resumo de cada webinar e acesse os links para assisti-los na íntegra.

Gestão na Saúde: como a transformação digital deve contribuir para melhorar a eficiência

O debate sobre como a combinação entre melhores práticas de gestão e a transição para o mundo digital devem aumentar a eficiência das instituições abordou assuntos como a maturidade de gestão das organizações, o papel da gestão e das pessoas nos projetos de transformação digital e como eles podem entregar mais eficiência aos processos.

“Quando falamos em transformação digital, as pessoas acreditam que a tecnologia por si só muda tudo. Na realidade não é assim. Transformação digital é um processo amplo, que envolve mudanças de estratégia, de posicionamento, de processos e, inclusive, de cultura das organizações. Um exemplo clássico é a área de faturamento. As instituições têm um custo enorme para revisar as contas. A automatização racionaliza essa etapa e identifica possíveis erros. O dinheiro que se economiza pode ser destinado para outras atividades. Mas por que isso não é feito? Porque existe desconfiança entre hospitais e operadoras. Portanto, sem mudança de cultura, nada acontece.”

— Alceu Alves, vice-presidente da MV

"O preço, o valor, o lucro é uma consequência do produto que se vende. Na Saúde, precisamos ter muito claro o nosso papel. Qual o nosso objetivo, da minha avó, da minha mãe, do meu filho quando está doente e vem para o hospital? A primeira resposta é a cura, mas, além dela, o paciente também quer segurança e ter uma experiência com o menor impacto possível. São esses três atributos que impactam na decisão de um cliente em ir ao meu ou a outro hospital e em todos a tecnologia tem que andar em paralelo. Ela não é o fim, mas um meio para levar valor ao paciente.”

— Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento

 

O papel da TI no cenário de transformação digital

A mudança de perfil da Tecnologia da Informação (TI) nas organizações de Saúde foi o tema debatido no segundo webinar. Com o avanço das tecnologias, um departamento de TI estratégico se torna fundamental para apoiar as decisões da gestão.

“A TI ainda é vista como uma área dentro do antigo CPD, o Centro de Processamento de Dados, com esse papel mais de infraestrutura, mas pouco estratégico. Ela precisa assumir um papel de dar insights para o negócio, colocando o paciente no centro da estratégia, dando apoio financeiro e personalizando o atendimento ao cliente. Os insights de negócio são fundamentais para esse perfil mais evoluído, quando a TI enxerga os gargalos, traz mais segurança, analisa dados, ajuda no acompanhamento dos números, na elaboração da estratégia e, principalmente, na organização de processos. Ela traz à instituição um olhar de negócio.”

— Ubirajara Maia, diretor de sistemas da MV

“A tecnologia antigamente era vista somente como custo, hoje já é vista como investimento. Quanto mais você investe em tecnologia, proporcionalmente terá redução do custo no futuro. Além disso, a TI é importante também para a tomada de decisão na parte clínica, buscando a expertise de plataformas de conhecimento médico e farmacêutico, com ferramentas como o Watson, por exemplo, que sugere para o médico, a partir do diagnóstico, o melhor tratamento, no menor tempo e com a maior taxa de sucesso. A TI está envolvida e comprometida na busca da melhoria do atendimento para tornar a instituição mais competitiva no mercado.”

— Valmir Júnior, diretor comercial de produto da MV

 

União e integração do setor para a transformação digital

Os participantes debateram a importância da união entre todas as entidades responsáveis pela Saúde, incluindo também as universidades, e como elas devem caminhar juntas nessa transição, abordando aspectos como a formação dos profissionais, o papel da integração entre sistemas e como a união traz eficiência ao setor.

“As instituições precisam mudar o modelo de administração e inovar o atendimento, usando os sistemas para direcionar as ações do dia a dia. Uma organização no Nordeste, por exemplo, adotou um cartão com um chip como prontuário único, que faz a integração entre a atenção primária, hospitalar e ambulatórios. É uma solução que coloca o paciente no centro do negócio e permite que ele se torne o verdadeiro dono das suas informações médicas, onde quer que ele seja atendido.”

— Fernando Teles de Arruda, coordenador adjunto de medicina da USCS

“Hoje em dia, cada instituição — como o hospital, o laboratório e a operadora de Saúde — possui um prontuário que fica na gaveta. A população se move, muda de plano de Saúde e município. Por isso, é preciso trabalhar essa integração para que o sistema se torne único e as informações acompanhem o indivíduo independentemente de onde ele for atendido.”

— Paulo Marcos Souza, conselheiro do Instituto Latino Americano de Gestão de Saúde (Inlags)

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