Enquanto uma das métricas mostra um retrato do que acontece agora, a outra ajuda na melhor compreensão do legado da instituição. E as duas são igualmente importantes à gestão da Saúde

É cada vez mais comum o uso de indicadores de BI no contexto da Saúde Digital. Eles permitem a visualização e análise do histórico da instituição, visto que tal ferramenta possibilita acompanhar os dados gerados por atividades que já aconteceram e a partir delas, propor mudanças para a correção de qualquer possível problema.

Você sabia que já é possível dar um salto rumo ao futuro e identificar precocemente as adversidades no momento em que elas acontecem? Essa, aliás, é a principal vantagem do monitoramento de eventos de gestão: prevenir os riscos assistenciais.

“Eventos de gestão são acontecimentos operacionais que exigem recursos físicos intangíveis de acordo com a estrutura disponível na instituição, seja de pessoas, de infraestrutura ou até de processos. O mais importante, no entanto, é que eventos de gestão mostram um retrato do agora e não de algo que já aconteceu”, resume Eduardo Ceccon, Gerente de Projetos da MV.

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Como o tempo a que tais acontecimentos se referem são sempre o presente, eles podem ainda ser divididos entre eventos primários (precedentes) e consecutivos (decorrentes), garantindo uma visão de excelência nos fluxos assistenciais e administrativos da instituição.

Embora boa parte dos indicadores de BI não permitam essa visão de futuro na Saúde Digital, eles continuam a ser importantes para a padronização e a análise histórica da instituição.

“Eu gosto de comparar as novas salas de comando das instituições de Saúde com o cockpit de um carro de corrida. Nessa analogia, os eventos de gestão vão mostrar a visão que se tem de para-brisa, ou seja, do que está por vir, enquanto os indicadores de BI se assemelham às imagens de retrovisor, de tudo aquilo que já passou”, exemplifica Ceccon.   

Embora carreguem fatos passados, os indicadores de BI permitem à gestão da Saúde analisar e comparar circunstâncias visando a promoção de melhorias.

“Por isso, digo que uma metodologia não inibe a outra, ambas têm a sua importância. Os eventos de gestão analisados em centrais de comando são o futuro da gestão da Saúde, mas não podemos esquecer que os chamados indicadores institucionais, aqueles que mostram o legado de uma organização, são levantados através dos indicadores de BI”, constata o gerente de projetos, lembrando que o mercado ainda usa bastante os indicadores de BI para padronizações em busca de certificações e outras metas da gestão da qualidade.  

Nos centros de comando, observa-se que, além do uso de eventos de gestão aqui já descritos, há necessidade de constituir estrutura(s) física(s) a ser comandada por um gestor e uma equipe multidisciplinar. Esta deve ser formada por diferentes analistas, cada um  voltado a uma área-chave da instituição, como a excelência assistencial e o backoffice,  por exemplo.

“Nos últimos tempos a gestão da qualidade, segurança e sustentabilidade econômica se tornaram as grandes premissas para uma gestão de excelência”, constata Ceccon, exemplificando como os eventos de gestão podem ajudar a melhorá-las: “Recentemente, ao analisarmos o evento “anamnese” em uma instituição,  discutimos com a área de qualidade sobre qual seria o momento de ação do gatilho para sinalizar que tal evento está sendo realizado de forma satisfatória. E chegamos juntos à conclusão que, ao abrir um processo como esse, deve-se concluir 100% dele, pois 99% em alguns eventos em específico não representam excelência, e isso alinha e ajuda muito o que está acontecendo em tempo real.”   

Qual é o perfil de instituição que usa mais os indicadores de BI ou os eventos de gestão? Ceccon responde que, na gestão pública, por existir uma necessidade muito grande de prestação de contas externa, o uso dos indicadores de BI é muito forte.

“Já na área privada, a necessidade maior se faz em tempo real, especialmente com a maximização da preocupação com a qualidade e segurança assistencial. Por isso, os eventos de gestão estão vindo com força total”, garante o especialista.