Vale a pena correr risco com um software free para diagnóstico?
Como os sistemas de informação em saúde vêm se disseminando rapidamente nos últimos anos, o mercado precisa lançar novos softwares de comunicação e arquivamento de imagem, além de bancos de dados para conter as informações necessárias para seu funcionamento correto.
Estamos falando aqui de Picture Archiving and Communication System (PACS), Radiology Information System (RIS) e Hospital Information System (HIS). Mas a verdade é que esses sistemas possuem qualidade e confiabilidades bastante variáveis, principalmente conforme o fornecedor, o que exige atenção extrema por parte dos gestores de TI, diretores de hospitais e de setores de diagnóstico por imagem antes de implementar tais soluções em suas instituições de saúde. Hoje vamos alertá-lo para os riscos de instalar um software free para diagnósticos e quais cuidados devem ser tomados na escolha da ferramenta ideal. Veja só:
PACS free criado a partir de uma plataforma open source
Comecemos já pelo que deve ser considerado na implementação de um software free:
Homologação pela ANVISA
O primeiro detalhe que deve ficar claro para quem implementa soluções em imagens digitais é que tais sistemas devem ser homologados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão regulador apto a chancelar a qualidade na transmissão de dados e imagens. A Agência também considera em sua análise de aprovação os níveis de segurança da informação e a preservação à saúde dos pacientes. A aquisição de uma aplicação não aprovada pelos órgãos governamentais pode resultar em multa pesada à instituição de saúde, além da suspensão das atividades por determinado período e a mácula na imagem da instituição, muitas vezes de difícil reparação.
A validação do software deve ser feita por meio da agência reguladora, conforme os ditames da RDC número 40, de 2015, preenchendo o Formulário de Petição para Cadastro de Software. Em caso de irregularidades, a instituição estará sujeita a penalidades de advertência, multa, apreensão do equipamento e sua inutilização, além de, em último caso, interdição total ou parcial do estabelecimento (conforme descrito na Lei Federal de número 6.437, de 1977).
Suporte técnico especializado
Outra questão crucial a ser ponderada é que o software free para diagnóstico costuma não ser acompanhado por suporte técnico especializado. Assim, em caso de bugs, incompatibilidade de sistemas e necessidade de atualizações, a instituição precisa encontrar alternativas. É imprescindível, portanto, contar com o auxílio de uma equipe de suporte especializada em saúde digital, a fim de não permitir que o baixo investimento inicial seja neutralizado por altos custos com manutenção.
Nível de performance
Um bom software de diagnóstico deve permitir que laudos, imagens e documentos sejam acessados com a devida velocidade e alto nível de resolução, facilitando o acesso ao histórico do paciente e possibilitando a visualização plena dos dados a partir de qualquer estação de trabalho, inclusive remotamente. Zoom inteligente e reconhecimento de voz na montagem dos laudos também são recursos que devem ser observados, já que os softwares free, em geral, apresentam uma configuração mais enxuta de funcionalidades. Aqui vale a máxima de que o mais barato nem sempre é o mais funcional.
Integração com outros sistemas
Muita atenção ao potencial de integração do software free para diagnóstico. Esse tipo de aplicação deve ser amigável a outros sistemas já presentes na dinâmica do hospital, do centro de diagnóstico ou do setor de diagnóstico por imagem. É o caso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), do RIS ou do HIS. Sem integração, laudos e construção de históricos clínicos serão gravemente prejudicados, fazendo com que a economia com o software de diagnóstico acabe trazendo prejuízos técnicos à logística da instituição. Esse detalhe deve ser ponderado no momento da escolha da solução ideal.
Confiabilidade e escalabilidade
Será que compensa implementar uma ferramenta de computação aplicada à saúde que não detenha de protocolos de segurança adequados à preservação da privacidade dos pacientes e um armazenamento de imagens para o longo prazo?
Muita atenção ao optar por uma solução, open source, já que os melhores softwares de diagnósticos do mercado têm acesso seguro ao sistema por login e senha criptografada, além de uma estrutura hierárquica de permissões que podem ser personalizadas conforme as necessidades da instituição. Esses recursos garantem que os laudos serão visualizados apenas por quem detém permissão para tal, evitando alterações, fraudes ou acesso indevido.
Feedback de clientes antigos
A melhor maneira de verificar a robustez, a eficiência e a confiabilidade de um software é buscando feedback de clientes antigos. E na área da saúde não é diferente. Assim, antes de implementar uma solução, open source em sua instituição, é altamente recomendável verificar junto ao portfólio de clientes do fornecedor quais foram as melhorias trazidas pelo sistema.
Incompatibilidades, problemas com suporte, níveis se segurança e rapidez na construção de imagens de exames volumétricos: todas essas virtudes (ou a ausência delas) devem ser checadas a partir do depoimento de quem já adquiriu a solução em software free avaliada. É importante ter ciência de que o retorno sobre o investimento trazido por um sistema gratuito, muitas vezes, é inferior ao trazido pela implementação de uma solução paga. Por isso, não se deixe enganar, pensando que a gratuidade, por si só, é sinônimo de eficiência.
Falta de personalização do software free para diagnósticos
Um dos principais pontos fracos de implementar uma solução gratuita em software de diagnóstico em sua instituição de saúde é o fato de se tratar de uma ferramenta com baixo nível de flexibilização em comparação às melhores soluções em saúde digital do mercado privado. Ao recorrer a experts em sistemas de gestão hospitalar, o cliente conta com acompanhamento permanente de uma equipe de especialistas em seu segmento, que irá adaptar os recursos de acordo com suas especificidades. O objetivo máximo será o de fazer com que a aplicação cumpra com as demandas do negócio.
Além do suporte especializado e permanente, o cliente conta ainda com atualizações, a certeza da integração com todos os sistemas e escalabilidade para atender a suas demandas, independentemente do ritmo de crescimento no volume de atendimentos. Todas essas questões devem ser consideradas ao optar por um PACS free ou sistemas de gestão em saúde gratuitos.
Diante dessa problemática, será que vale mesmo a pena arriscar optar pelo mais barato? Erros em diagnósticos ou prescrições equivocadas podem gerar prejuízos financeiros imensuráveis a qualquer instituição, seja um setor de diagnóstico por imagem, um hospital ou um centro de diagnóstico. Fora isso, ainda existe a possibilidade de deterioração da marca da instituição e, o pior, o risco de vida aos pacientes.