Gestão verticalizada nas operadoras de saúde: 5 perguntas e respostas-chave

Especialistas apontam como consequência do modelo otimização de recursos, melhoria nos processos, ganho de produtividade e centralização das informações

Gestão verticalizada nas operadoras de saúde: 5 perguntas e respostas-chave

O mercado de Saúde suplementar brasileiro vive, há tempos, um conflito de interesses: de um lado, o lucro dos hospitais, laboratórios e demais prestadores de serviço vêm pelo número e complexidade de serviços prestados; do outro, operadoras precisam reduzir custos e, quanto menos intervenções houver em seus beneficiários, menor será o valor a ser despendido à sua rede credenciada. Nesse cenário, onde o resultado positivo de um depende da perda de receita do outro, ganha força o movimento de verticalização das operadoras de saúde. Essa abordagem, segundo especialistas, afeta diretamente na gestão da operadora.

"Há otimização de recursos, melhoria nos processos, ganho de produtividade e centralização das informações, beneficiando as organizações e, principalmente, a assistência ao paciente", explica Rogério Medeiros, professor do MBA de Gestão em Saúde do Centro Universitário São Camilo. 

Veja, na sequência, as 5 principais perguntas e respostas sobre verticalização das operadoras de saúde:

 

1. O que é verticalização das operadoras de saúde?

Trata-se da criação de uma rede própria de atendimento. Além dos hospitais, laboratórios e demais clínicas e prestadores de serviço credenciados, a operadora de saúde tem, na gestão verticalizada, seus próprios pontos de atendimento ao paciente. Sob essa ótica, o hospital e demais serviços entram como centro de custo da operadora, ao invés de fonte de lucro.

"Na gestão verticalizada você tem de conhecer todos os processos de atendimento ao paciente", explica Medeiros.

 

2. Como garantir a qualidade no atendimento? 

Para que a busca pela redução de custo não signifique perda de qualidade e, consequentemente, de competitividade, os hospitais de operadora tendem a adotar modelos de medicina por evidência e protocolos médicos aceitos e referendados por diferentes autoridades, como Organização Mundial da Saúde e outros institutos respeitados. Esses instrumentos existem para diminuir ao máximo possíveis perdas de eficiência na prestação do serviço, como, por exemplo, condução confusa do paciente no ambiente hospitalar, exames não recomendados e permanência além do recomendado.

"A vantagem em relação à operação horizontal é que há um maior controle das ações do paciente, desde procedimentos até custos; garantia de que os protocolos serão seguidos e que o paciente terá acesso a todo o sistema", detalha o professor.

 

3. Qual o impacto para o prestador? 

Um dos grandes problemas para os prestadores são as glosas, ou seja, não receber das operadoras por serviços prestados por falta de informações que justifiquem o procedimento. Uma vez que a gestão é verticalizada, há uma segurança administrativa nas negociações.

 

4. Como garantir economia no longo prazo para as operadoras de saúde?

Ter acesso a todo o histórico do paciente e entender seu comportamento ajuda as operadoras de saúde a promoverem com mais efetividade, em uma gestão verticalizada, programas de promoção e prevenção, garantindo um relacionamento contínuo do beneficiário para que ele use o sistema de atendimento com mais qualidade e menos custo.

Por exemplo: é muito mais barato para uma operadora acompanhar um paciente com propensão a uma doença cardíaca com ações que evitem o desenvolvimento da doença — cuidado nutricional e cardiológico frequente, recomendações de exercícios, por exemplo — do que arcar com uma cirurgia de cateterismo. Por mais que haja mais uso da rede ao longo do tempo, essa demanda é menos custosa e, obviamente, promove uma melhor qualidade de vida à pessoa.

"A gestão horizontal, muitas vezes, não se conversa. Cada pedaço tem uma parte da informação do paciente, o que não permite uma visão do todo", contextualiza Medeiros.

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5. Qual o papel da tecnologia da informação? 

Incorporação de tecnologias de informação torna mais eficaz a implantação desse modelo de gestão, reduzindo custos com as operações e, ao mesmo tempo, aumentando a qualidade dos serviços oferecidos. Soluções como prontuário eletrônico do paciente (PEP) integrados a sistemas de gestão e de atendimento da rede garantem uma visão ampla sobre o caminho do beneficiário no sistema de saúde, permitindo a geração de indicadores — como tempo médio por atendimento, período gasto em filas — que auxiliem a gestão a tomar medidas para melhorar a eficiência e a qualidade do atendimento.

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