Cenário de tecnologia em planos de saúde: uma entrevista com Wesley Torres, gerente de TI da Unimed Sorocaba

Descubra o cenário tecnológico em planos de saúde na entrevista exclusiva com Wesley Torres, gerente de TI da Unimed Sorocaba.

Cenário de tecnologia em planos de saúde

Qual é o papel da tecnologia no setor de saúde no futuro próximo? Itens como Inteligência artificial vieram para ficar ou são moda passageira? Qual será a ligação entre operadoras e pacientes no processo do cuidado de saúde?

Essas e outras questões são algumas que abordamos com Wesley Torres, gerente de TI da Unimed Sorocaba. A seguir, ele disserta sobre como a tecnologia pode trabalhar a favor do usuário e a importância de trazer o paciente no centro de sua jornada em saúde.

Confira!


Cenário tecnológico atual em planos de saúde

De acordo com Wesley, a tecnologia na área da saúde é uma tendência muito forte, embora seja relativamente recente. 

No entanto, é preciso saber usá-la o quanto antes, devido aos altos gastos em saúde. É preciso garantir sustentabilidade a longo prazo às operadoras, pois as margens de lucro estão cada vez menores.

É necessário que as operadoras invistam em tecnologias de fácil acesso, a médio e longo prazo, para que elas não fechem as portas e tenham sobrevida no futuro.

Mais precisamente, ele declara que:

Operadoras de saúde que queiram ter uma vida longa devem investir em tecnologia neste momento, para terem uma base sólida, se possível, elas já deveriam ter começado a investir há um tempo atrás.

- ressaltando o caráter essencial de soluções tecnológicas na área da saúde.

Ele acrescenta que sem aparatos tecnológicos que evitem reuso de exames desnecessários, o usuário realiza exames repetidos, gasta dinheiro à toa e se não há medicina preventiva para cuidar dele, o plano de saúde não se sustenta ao longo tempo. 

Ademais, Torres salienta que não dá mais para considerar o profissional de TI como um mero agente da operadora de saúde. Antes de tudo, ele é componente fundamental da estratégia de negócios.

A TI dá um norte à operação. Nós somos operadoras de saúde e vendemos serviços da área. Mas como vamos sustentar o negócio a longo prazo? É o setor de TI que mostra à organização quais as decisões a serem tomadas, dados a serem unidos e sistemas a serem integrados para atingir os objetivos.


Inteligência artificial na análise de dados de saúde

Sem dúvida, a Inteligência artificial é algo que veio para ficar e não é uma onda passageira. Wesley cita que, na Unimed, há um setor de estudo de inovação separado do núcleo de TI da empresa e a IA é um dos elementos no roadmap de trabalho.

Ele ressalta que a intenção não é substituir o ser humano em seu emprego. Pelo contrário, ela é uma aliada para a tomada de decisões assertivas e analíticas em dados.

A IA tem papel fundamental na previsibilidade de tendências futuras e quem não acreditar que esta é uma realidade hoje, vai ficar para trás.


Saúde digital e aplicativos móveis

Os aplicativos móveis também cumprem um papel importantíssimo na conexão dos diferentes atores envolvidos no serviço de saúde, ou seja, usuário, médico e operadora de saúde. 

O gerente em TI cita como exemplo o Global Health da MV, que usado pela equipe Unimed, faz a ponte com a operadora, hospitais e mostram diagnósticos, médicos cooperados e usuários, colaborando no cuidado individual do paciente, com foco em medicina preventiva. 

Por meio de aplicativos, o usuário das operadoras de saúde tem um catálogo de médicos à sua escolha para agendamento de consultas e exames, telemedicina, acesso a resultados de exames, compra de medicamentos, entre outros serviços. 

Sobre isso, Wesley destaca que não basta somente oferecer um aplicativo ao usuário, mas, sim, o mesmo deve ser um meio que resolva as necessidades dele, ao invés de trazer um sistema somente para funções burocráticas como pagar boletos. 

Torres também diz que funções como as supracitadas empoderam o usuário, que consegue ter acesso simplificado a serviços com praticidade e se tornam autônomos em sua jornada do paciente

 

Tecnologias de monitoramento remoto

Além de simplificar a vida do usuário, é salientado por Wesley Torres a questão do monitoramento remoto das operadoras de saúde aos usuários de seus serviços. 

Ele cita como a Unimed, por meio de seu aplicativo, consegue gerenciar os passos de seus pacientes, de forma que o usuário perceba que está sendo cuidado, que não é um app que ele apenas baixou somente por mera obrigação.  

Alguns exemplos deste monitoramento são práticas relativamente triviais, como a medição da glicemia do usuário, mas também traz novidades como a carteira de gestante.

Torres explica que esta ferramenta tem a função de integrar todo o fluxo da jornada do paciente. O médico, por meio do app IClinic, da Global Health, preenche informações atualizadas na carteira de gestante e consegue acompanhar todo o pré-natal remotamente.

Claro que isso também traz resultados à jornada da gestante:

Isso agrega um valor à mulher grávida que usa o aplicativo para acompanhar a sua gestação. Isso gera um prazer desta pessoa em utilizar o app, o que cria constância com o cuidado de sua saúde e fidelidade ao plano de saúde. Se a operadora de saúde conseguir cuidar do usuário, é possível evitar que ele gaste dinheiro desnecessário em diversos médicos à toa. 

O monitoramento remoto, na visão dele, é uma forma de o usuário cuidar de sua saúde enquanto ele não precisa ser cuidado pela operadora, para evitar surpresas desagradáveis, como uma doença grave. 

É importante a operadora de saúde dar ao usuário essa satisfação em utilizar o aplicativo, se cuidar, marcar uma consulta de rotina, e acompanhar a própria saúde, para gerar uma sinergia entre usuário e operadora. A tecnologia vem para isso.

Para encerrar, a ligação entre a operadora e o beneficiário, de acordo com Torres, é uma tendência cada vez mais forte no setor de saúde nos próximos anos, inclusive para garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Em conclusão, o cenário tecnológico nos planos de saúde desempenha um papel crucial na transformação do setor, moldando a maneira como os serviços são prestados e melhorando a experiência do beneficiário. A entrevista com Wesley Torres destaca não apenas as inovações promissoras, mas também os desafios que os profissionais de TI enfrentam. 

A contínua evolução tecnológica abre oportunidades para uma prestação de cuidados mais eficiente, acessível e personalizada, enquanto simultaneamente exige uma abordagem estratégica e adaptável para superar obstáculos. 

Nesse ambiente dinâmico, a colaboração entre profissionais de saúde e especialistas em tecnologia é fundamental para garantir avanços significativos e sustentáveis no campo dos planos de saúde.

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