RIS e PACS são aliados no combate ao desperdício na medicina diagnóstica

Sistemas contribuem para a redução dos principais gargalos no centro diagnóstico: a perda de recursos financeiros e de tempo

RIS e PACS são aliados no combate ao desperdício na medicina diagnóstica

A medicina diagnóstica é um dos focos das discussões voltadas à redução de desperdícios no setor de Saúde. Isso porque técnicas inadequadas, baixa qualidade ou exames inconclusivos acarretam repetições resultantes em demora no diagnóstico, gastos desnecessários e perda de tempo que poderia ser dedicado ao paciente. A combinação das tecnologias RIS e PACS é apontada por especialistas como um caminho para minimizar esses gargalos.

O cenário do desperdício na Saúde brasileira preocupa. O custo assistencial cresce na casa dos dois dígitos desde junho de 2011, segundo o indicador Variação de Custo Médico Hospitalar (VCMH), divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O índice é calculado pela variação anual, que alcançou a marca de 20,6% em janeiro de 2017, o mesmo ano em que o reajuste do plano individual foi de 13,5%.

Mesmo com a perda de beneficiários do sistema de Saúde Suplementar entre 2014 e 2017, auge da crise econômica no país, os gastos seguiram em ascensão. Os números do estudo “Custos em Saúde e o desequilíbrio em plano individual”, realizado pela Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), comprovam: enquanto a quantidade de beneficiários recuou de 50,4 milhões para 47,2 milhões no período, o equivalente a uma queda de 6,4%, o volume anual de internações cresceu 5,2%, o de terapias, 36,9%, e o de exames de medicina diagnóstica, 14,7%.

Para Marcelo Domingues, consultor especialista em medicina diagnóstica da MV, os principais gargalos de desperdício nesse setor são de tempo e de dinheiro. Segundo ele, essas barreiras podem ser amenizadas por meio da combinação de RIS e PACS.

“Quando não há um sistema PACS [Picture Archiving and Communication System, ou Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens], torna-se mais difícil monitorar se o paciente já realizou o exame ou não e o tempo médio que ele está aguardando até o exame. Quando há uma forma de monitorar essas e outras questões por meio do PACS integrado ao RIS [Radiology Information System, ou Sistema de Informação em Radiologia], os gestores do centro de medicina diagnóstica podem criar indicadores. E, assim, o tempo passa a ser usado de forma mais eficiente. Nesse sentido, outro ponto de alerta de desperdício se refere à demora para o diagnóstico e a elaboração do laudo em si, aspectos que também são otimizados pela tecnologia.”

Domingues aponta que a questão financeira é mais simples de visualizar, mas o uso de RIS e PACS proporciona, ainda, ganhos em relação ao meio ambiente.

“As impressões de papel e película são eliminadas com o uso dos sistemas. Hoje, as informações digitalizadas veiculadas pela internet ou intranet evitam danos ecológicos e, também, desperdícios financeiros. Alguns estudos apontam que somente 30% dos pacientes buscam o exame impresso. É preciso fazer um trabalho cultural para que esses indivíduos se habituem a fazer o download dos seus resultados.”

Tecnologias como RIS e PACS agem como mecanismos que controlam esses gargalos. O tempo de retorno de imagens ao médico é menor, proporcionando diagnóstico mais rápido e efetivo e tratamento adequado. Além disso, também é possível ter controle sobre a demanda de impressões de resultados, por exemplo.

 

Identificando desperdícios

Os sistemas RIS e PACS são aliados na gestão da saúde em medicina diagnóstica, permitindo identificar onde estão os desperdícios, inclusive em tempo real. Por meio de dashboards em tempo real, o gestor pode fazer análises cruzadas com diferentes informações. Os relatórios emitidos pelas ferramentas dão uma visão ampla e permitem extrair informações preciosas sobre a assistência, tornando mais assertiva a tomada de decisão.

“Também existe uma figura, o PACS Admin, que, em geral, é contratada quando há a adoção dos sistemas, tornado-se a pessoa responsável por atribuições como analisar fluxos, gargalos e apresentar todos esses dados para a diretoria”, explica o especialista da MV.

 

Atuando na mudança

Muito se discute sobre qual caminho seguir, incluindo questões como a mudança dos modelos de remuneração e seu papel na redução dos pedidos de exames, por exemplo. No entanto, é preciso lembrar que nada pode tirar a autonomia do médico na hora de solicitar o apoio ao diagnóstico.

Domingues alerta que se, de um lado, pacientes chegam aos hospitais munidos de informações distorcidas consumidas pela internet, é papel do médico fazer uso racional dos recursos e serviços e apostar mais no próprio conhecimento e no contato com o paciente, a chamada medicina baseada em evidências. Assim, a combinação de profissionais mais conscientes e tecnologia auxilia na redução dos desperdícios em Saúde, trazendo, a longo prazo, sustentabilidade e confiabilidade para o setor todo.

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