Sistemas de gestão elevam padrões em anatomia patológica

Metodologias são decisivas para aplicação de tecnologias que auxiliam as instituições a alcançar a excelência na coleta dos exames, o que favorece a qualidade e assertividade do diagnóstico.

Sistemas de gestão elevam padrões em anatomia patológica

A anatomia patológica é um ramo da medicina diagnóstica fundamental para o diagnóstico de doenças complexas, que demandam tratamento contínuo, caso do câncer. A especialidade está em expansão: levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) aponta que foram realizados 1,8 milhão de exames de anatomia patológica em 2018 e 67% das instituições desenvolvem atividades relacionadas a ela no País. 

Por serem exames considerados invasivos, os procedimentos devem ser eficientes para evitar riscos à segurança do paciente, incluindo aí erros que podem ocasionar a repetição de exames ou mesmo a perda do material por coleta indevida, entre outros tipos de intercorrências. 

Uma das etapas importantes para elevar os padrões em anatomia patológica é implementar um sistema de gestão específico. Ele permite o controle total do fluxo de exames histopatológicos, citopatológicos e análises imuno-histoquímicas, e ainda possibilita a visualização de resultados individuais ou agrupados em blocos, permitindo a checagem de tempo de cada etapa do serviço, o controle do fluxo de blocos e lâminas, o rastreamento dos laudos durante todo o processo de realização do exame e o controle de estatísticas de morfologia (CID oncológico) / topografia (classificação de peça).

Para que o sistema de gestão otimize todas as etapas envolvidas nos procedimentos de anatomia patológica, ele deve ser integrado às demais ferramentas utilizadas pelo hospital ou clínica, como o Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens (Picture Archiving and Communication System — PACS) e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Dessa forma, os dados servem de apoio à tomada de decisão médica sobre o diagnóstico, bem como na assertividade da gestão da organização.

A tecnologia, porém, não é a única responsável pelo alcance da excelência em anatomia patológica. Para extrair o máximo de resultados do sistema de gestão, a organização deve mapear e desenhar processos, para antecipar as atividades desenvolvidas durante a execução de um exame, que inclui a coleta, identificação, armazenamento, tratamento e manipulação, testes diagnósticos, padronização de laudos, procedimento operacional padronizado e acompanhamento de indicadores. Esse método auxilia na padronização dos procedimentos e faz com que cada profissional da saúde esteja consciente do seu papel e possa trabalhar para a melhor eficiência possível. 

Outra metodologia que traz assertividade à anatomia patológica é a Lean. Importada da indústria para o setor de saúde, pretende evitar desperdícios e otimizar custos. Na anatomia patológica, a metodologia aumenta a qualidade e segurança dos procedimentos, melhora o tempo de resposta, traz ganho de eficiência e estimula a adoção de uma política de melhoria contínua, com trabalho estandardizado por meio de processos claros e transparentes. 

É recomendado ainda utilizar indicadores de desempenho, que ajudam a instituição a saber se os resultados são satisfatórios e se os recursos estão sendo empregados de maneira coerente. Em anatomia patológica, esses indicadores podem envolver desde aspectos mais amplos, como o tempo de elaboração do laudo, até a ocorrência de não-conformidades no preparo das peças histológicas, como defeitos na coloração, no corte e na identificação.

 

Acreditação

Ter uma chancela é um carimbo de qualidade para as instituições de Saúde, principalmente àquelas que buscam a eficiência do tratamento e inovação de processos e procedimentos. Na anatomia patológica, o Brasil possui um selo específico: o Programa de Acreditação e Controle de Qualidade (PACQ), da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), voluntário e composto por diversos setores laboratoriais e avalia técnicas e gestão. Alguns critérios como compliance, rastreabilidade das amostras, instalações e procedimentos, entre outros, são considerados na hora de distribuir a acreditação.

Outro selo que também avalia a excelência de serviços em patologia é a norma ISO 15189. De forma geral, ela determina os requisitos exigidos de laboratórios de medicina diagnóstica para realizar ensaios e/ou calibrações, incluindo amostragem. A norma é dividida em duas partes: uma que avalia os requisitos para a certificação do sistema de qualidade e outra que descreve os requisitos para colaboradores, instalações, equipes, procedimentos, garantia de qualidade e relatórios. 

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